O XERIFE DA CÂMARA MUNICIPAL

O presidente da Câmara Municipal de Campina Grande é o vereador Nelson Gomes Filho, todos sabem. Mas, quem tem exercido a maior autoridade dentro do legislativo campinense é o vice-presidente, Antônio Alves Pimentel Filho. O peemedebista, que não esconde o orgulho por suas seis eleições consecutivas, dia sim, outro também, bate na mesa, chama a atenção de funcionários, manda fechar a porta do plenário para que a imprensa não “invada” o setor, fala alto e dá carão em vereadores e até determina o que seus pares podem ou não falar na tribuna.

Como registrou o Diário Político de ontem, presidindo a sessão da última quarta-feira, Pimentel mandou retirar da ata trecho de um pronunciamento de Antônio Pereira, seu colega de PMDB, que fez uma crítica à postura subserviente do poder legislativo. A decisão deixou Pereira revoltado, mas Pimentel avisou que a presidência estava mandando que o trecho fosse excluído. E pronto! Além disso, determinou o fim da discussão sobre o caso.

Apesar de reclamar das críticas públicas que alguns colegas fazem ao legislativo, o vice-presidente da Câmara não se faz de rogado na hora de repreender seus pares, inclusive durante a sessão. E isso em voz alta, dedo em riste e tom imperativo. Não raro as cobranças são justas. Foi assim na quarta, quando convocou nominalmente aqueles que passeavam durante a sessão a “cumprirem seu papel”, e ontem, quando denunciou que apesar de quatorze vereadores terem assinado o livro de presença, apenas oito estavam em plenário.

Mas, a autocrítica dos outros parlamentares também é, em geral, legítima, e o peemedebista revela não gostar dessas queixas. É nítido o desconforto dos vereadores em relação à postura de xerifão de Pimentel, mas quase ninguém ousa confrontá-lo. A exceção é Ivonete Ludgério, a única mulher do parlamento municipal. No mês passado, a vereadora avisou ao colega: “Você está acostumado a dar grito aqui em todo mundo e todo mundo baixa a cabeça, mas comigo a conversa é outra”.

Debate

Como esperado, os vereadores não vão votar o PCCV da Saúde sem maiores discussões. Ontem, alguns parlamentares, a exemplo de Fernando Carvalho, defenderam a necessidade de debater o projeto com os servidores, conforme solicitação do Sintab.

Audiências

Para Carvalho, o PCCV, do jeito que chegou à Câmara, desfavorece algumas categorias. O governista Olímpio Oliveira também defendeu o debate sobre a matéria, inclusive propondo a realização de audiências públicas. Por sua vez, o presidente Nelson Gomes Filho pediu que os servidores da Saúde formem uma comissão para debater o PCCV.

Vacilo

O secretário Metuselá Agra, mais um dos pré-candidatos a prefeito do PMDB, considera a demora do partido em definir o nome para a disputa tanto em Campina Grande quanto em João Pessoa “um vacilo”, mas isenta o prefeito Veneziano de culpa.

Nomes de fora

Metuselá Agra não esconde acreditar que o PMDB pode apoiar um candidato de outro partido, caso de Guilherme Almeida (PSC) ou Daniella Ribeiro (PP). Ele afirma ter uma relação de amizade com os dois deputados, e ressalta ter uma excelente relação com a pepista, que foi sua colega de Câmara. Aliás, o secretário chama Daniella de “Galega”.

Possibilidade

O Diário Político havia avisado e o prefeito Veneziano confirmou: caso nenhum nome do PMDB se mostre em condições de vencer as eleições, o partido fecha com outra sigla.

Pragmatismo

Ou seja, quem for o escolhido pré-candidato não estará garantido como candidato. Vai depender das pesquisas. É melhor ganhar com outro partido que perder com o próprio.

Animados

O PC do B municipal não esconde a animação após a concorrida cerimônia de entrega do título de cidadã campinense à reitora Marlene Alves, pré-candidata da sigla a prefeita.

Profecia

Em artigo no site do partido, o ex-deputado Simão Almeida festejou aquilo que chamou de um “ato político extraordinário” e fez um vaticínio para 2012: “Não tem quem tire”.

Publicado no DB desta sexta

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