O PLANO DA DISCÓRDIA

O Diário Político do último dia 12 advertiu: O projeto que institui o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores da Saúde municipal deverá sacudir a Câmara e colocar vereadores em pé de guerra. Mas, antes mesmo de chegar à Casa de Félix Araújo, a matéria já produz rebu, por conta da insatisfação de algumas categorias, a ponto de os médicos do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida ameaçarem apresentar um pedido de demissão coletiva. O presidente do Sintab, Napoleão Maracajá, afirma que “o projeto foi construído sob o signo da discórdia”.

Tudo porque, segundo ele, “não agrada a todas as categorias”, e a insatisfação parcial seria por conta do aspecto salarial, já que, de acordo com o sindicalista, alguns grupos de servidores (caso, por exemplo, dos agentes de saúde e técnicos de enfermagem) não terão melhorias em termos de vencimentos com o PCCV. Na última sexta-feira, fez um mês que o prefeito Veneziano Vital do Rêgo assinou o projeto, que ainda não chegou à Câmara Municipal.

No entanto, a secretária Tatiana Medeiros garantiu na última quinta-feira que a matéria chegará esta semana ao legislativo. Comentando a posição dos médicos do Isea, Tatiana Medeiros disse que nenhuma gestão fez tanto pelo servidor quanto a atual, pediu paciência à categoria, citou a existência de limites legais e advertiu que o governo municipal não se pautará por pressão:

“Temos que olhar e seguir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que define que toda a despesa de caráter continuado deve chegar à Câmara acompanhada com a dotação orçamentária para três anos. O plano foi finalizado hoje (quinta-feira) pela Procuradoria do Município e será enviado à Câmara na próxima semana. Nós somos ordenadores de despesas, respondemos a diversas instituições e não podemos nos nortear e nos pautar por pressão. Tranqüilizo os profissionais da saúde e peço que tenham paciência”, declarou a secretária. Tranqüilidade e paciência são atributos tudo que poderão faltar nos próximos dias.

Bico calado

O silêncio do PSDB em relação às fortes declarações do vereador Inácio Falcão contra o governador Ricardo Coutinho deixa no ar uma dúvida: trata-se de um “mero” gesto de indiferença ou seria um consentimento de apoio às críticas do parlamentar?

Não me envolva

Quem não gostou de ser incluído, ainda que indiretamente, na lista de insatisfeitos com o governador Ricardo Coutinho em Campina Grande foi o vereador João Dantas, visto que Inácio Falcão afirmou de forma generalista que os vereadores partilhavam do seu sentimento em relação ao governador. Para João, Falcão deve limitar-se a falar por si.

Sem problema

A coordenadora de Assuntos Políticos da Prefeitura Municipal de Campina Grande, Lídia Moura, minimizou a aparente dificuldade do prefeito Veneziano Vital do Rêgo de encontrar um bom nome dentro do PMDB para as eleições do ano que vem.

Perspectiva

“A dificuldade do prefeito é que, ao contrário de outros projetos políticos que às vezes têm dificuldade de localizar um candidato, nós temos nomes competentes de sobra. Este é o ‘problema’. É uma fartura de pessoas competentes. Temos muitos craques. O leque de possibilidades é que tem retardado um pouco essa definição”, analisou Lídia Moura.

VLT

O superintendente da STTP, Salomão Augusto, garantiu que o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos deve caminhar com celeridade a partir do ano que vem, com o processo de licitação. Salomão nega que a agilidade tenha qualquer relação com o período eleitoral.

Comentário

Recentemente, o prefeitável José Artur Almeida (PTB) defendeu a necessidade de urgência na implantação do VLT, mas fez uma ressalva: “É fundamental evitar que esse processo se dê de forma açodada, pela pressa freqüente aos tempos de pré-campanha”.

Rebate

Para José Artur, “agilidade não pode ser sinônimo de pressa”. Salomão não revelou se sua negativa era uma resposta ao petebista, mas assegurou que as decisões referentes ao trânsito em Campina Grande não são influenciadas por questões políticas e eleitorais.

Publicado no DB de domingo, 20 do 11

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