NINGUÉM QUER SER LAGARTIXA

O vereador Antônio Pereira provocou a ira dos seus colegas de bancada na sessão de ontem, ao fazer um desabafo reclamando da postura passiva e submissa da Câmara, que, para Pereira, estaria se limitando a “balançar a cabeça” – não disse diante de quem. “Gostaria de exercer meu papel de vereador, mas não estou tendo oportunidade porque os projetos não estão sendo distribuídos. Os projetos chegam aqui e quem tem maior poder de pressão leva. A direção da casa é assim. Ganha quem tem força para pressionar. Quero denunciar que esta casa não tem personalidade, esta casa está simplesmente votando do jeito que todo mundo quer. Essa câmara só serve para ratificar e homologar, e mais absolutamente nada”, reclamou.

A declaração foi imediatamente rechaçada por Pimentel Filho, companheiro de PMDB de Pereira, que presidia a sessão. “Não concordo com o vereador que essa Câmara esteja votando por afogadilho. Há uma reclamação de que estão sendo proteladas votações”, disse.

Em seguida, irritado, Pimentel determinou: “Peço para que a taquigrafia retire a questão em que fala que os vereadores apenas balançam a cabeça”. Diante da reação de Pereira, Pimentel, como de costume, elevou o tom. “A presidência manda que retire da ata essa expressão. Está determinado”. Em seguida, foi a vez de Rodolfo Rodrigues (PR), líder da bancada, criticar Pereira.

“É lamentável que colegas nos acusem (de balançar a cabeça). Acredito que num momento de irracionalidade... Acredito que esses debates da Câmara, não seja necessário ser debates oficiais, em redes de televisão ou de rádio. Podemos ter esses debates nas comissões, no salão azul e no próprio plenário”, afirmou. Depois, também fustigou seu liderado. “Peço que a expressão seja retirada da taquigrafia. Ou, se não, que o próprio vereador assuma essa patente de vereador lagartixa para si só”. Houve bate boca em plenário e Pimentel, mais uma vez bem ao seu estilo, bradou: “A presidência determinou e está encerrada a discussão sobre isso”.

Venham cá

Para que as matérias da pauta fossem apreciadas, o vereador Pimentel Filho convocou seus pares que estavam passeando e conversando durante a sessão para que se dirigissem ao plenário. E o fez chamando-os nominalmente e passando um belo carão.

Trecho do carão

“É possível uma coisa destas? Hoje é dia de votação dos projetos. Absurdo um negócio destes. Se fala desta casa por estes motivos. Tem que vir para o plenário e cumprir papel de vereador. Presidente Nelson, venha para o plenário, precisamos de quórum! Rodolfo Rodrigues, líder da situação, venha para plenário! Vereador Laelson, vereador Tovar...”

Foguetório

A vereadora Ivonete Ludgério criticou o que chamou de “pirotecnia” no protocolo do projeto que institui o PCCV da Saúde. “Esse PCCV faz um ano que a gente espera. Não precisa dessa pirotecnia para o projeto, porque o (setor de) protocolo é na lateral”.

O caso

A afirmação de Ivonete Ludgério se deu por conta da presença de uma pequena comitiva, com a secretária de Saúde Tatiana Medeiros e o procurador Fábio Toma, que foram pessoalmente protocolar o projeto. O vereador Cassiano Pascoal irritou-se com o comentário de Ivonete e também com crítica semelhante do tucano Tovar Correia Lima.

Marco

“Pirotecnia ou não, a apresentação do PCCV da Saúde é um marco para a Câmara e para a administração municipal”, disse Cassiano Pascoal, dirigindo-se a Ivonete Ludgério.

Novo campinense

O colega jornalista Sebastião Farias, o Bastos, editor executivo do Diário da Borborema e filho ilustre da cidade de Taperoá, será agraciado com o título de cidadão campinense.

Coincidência

A propositura que fará de Bastos cidadão campinense teve como autor o vereador Orlandino Farias. Apesar da coincidência dos sobrenomes, não foi um ato de nepotismo.

Mototáxi

A Câmara aprovou Projeto de Lei que estabelece a figura do “mototaxista defensor” ou “condutor substituto”. O PL atendeu a pedido do vereador Olímpio Oliveira ao prefeito.

Publicado no DB de hoje

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