VITAL, MISSÃO IMPOSSÍVEL. E MAIS: É JUSTO ATIRAR PEDRAS EM LINDBERGH FARIAS E WILSON SANTIAGO?


O senador Vital do Rêgo Filho, presidente da Comissão Mista do Orçamento, recebeu uma incumbência pesada: relatar o Projeto de Lei que disciplina o regime de partilha dos royalties do pré-sal. Na última terça-feira, Vitalzinho apresentou aos seus pares o relatório, que, como era inevitável, foi alvo de uma saraivada de ataques, desferidos, sobretudo, pelos senadores do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, estados produtores.

No fim da leitura do relatório, quando apresentava o valor dos repasses previstos para cada estado, o paraibano foi aparteado por Magno Malta, do Espírito Santo, que, irritado, deblaterou. “O senhor está debochando. Isso é um assunto muito sério. Quer dizer que esse deboche é em cima de nós, dos estados que são produtores? Desculpe, mas o senhor está debochando”. Ao mesmo tempo, Francisco Dornelles (PP/RJ) atacava. “Vossa excelência está faltando com o respeito com os estados não produtores, porque estes recursos que prevê para estes estados são fictícios”.

Em seguida, Marcelo Crivella (PRB/RJ) ironizou: “Essa conta está parecendo o programa de Silvio Santos, ‘Quem quer dinheiro?’, jogando dinheiro pro auditório”. Na tribuna, o paraibano Lindbergh Farias (PT), que é senador do Rio de Janeiro, acusou Vitalzinho de ser benevolente com a União e disse que a partilha vai quebrar municípios dos dois estados.

“Eu queria perguntar ao senador Vital do Rêgo, se fosse em Campina Grande, cidade administrada pelo irmão dele? Os municípios vão fechar as portas porque é uma perda muito grande de receita. É muita coragem de ir pra cima do Rio e do Espírito Santo, mas baixa a cabeça para a União”. Vital do Rêgo tinha uma missão impossível: equacionar os interesses ou, pelo menos, minorar a insatisfação de três blocos: os estados produtores (Rio de Janeiro e Espírito Santo), os não-produtores e a gulosa União.

Cumpriu com o seu papel. Agora, é esperar – e pressionar – a Câmara dos Deputados aprovar a matéria e a presidente Dilma Rousseff sancioná-la.

Persona non grata

A postura de Lindbergh Farias em defesa do interesse do Rio de Janeiro durante o debate dos royalties deixou alguns paraibanos profundamente irritados, já que o petista, que é cotado para ser candidato a governador do Rio em 2014, é natural da Paraíba.

A voz do Rio

Lindbergh Farias se apresenta como “a voz do Rio de Janeiro no Senado”. A revolta de alguns paraibanos contra o petista chega a ser estúpida. O senador foi eleito pelo povo do Rio e, efetivamente, representa com ardor aquele estado. A Paraíba também tem três representantes no Senado. Eles que cuidem, portanto, de representar bem a Paraíba.

Troça

O ainda senador Wilson Santiago, que tem seu mandato em estado terminal, voltou a ser alvo da ira dos cassistas, que tratam o peemedebista como “biônico”. Desta vez, porém, a crítica a Santiago vem acompanhada de zombaria pela decisão do STF.

A culpa

A indignação dos cassistas é até compreensível e, de fato, Wilson Santiago tornou-se uma espécie de senador biônico, como acontecia nos tempos nada saudosos da Ditadura Militar. Todavia, o peemedebista manteve-se no cargo durante esse tempo por conta de uma indefinição do Supremo Tribunal Federal e, assim, não deve ser alvo de pedradas.

Negativa

A assessoria do empresário Deca do Atacadão, 1° suplente de senador de Cássio Cunha Lima, negou que ele tenha interesse num eventual rompimento do tucano com o governador.

E mais

De acordo com a assessoria, Deca, que está em viagem ao exterior, mesmo sendo suplente, não deseja que haja estremecimentos na aliança entre Cássio e Ricardo Coutinho.

Boneca maquiada

As declarações do ex-deputado federal Walter Brito Neto, repercutidas em primeira mão pelo Diário Político de ontem, causaram profundo mal estar na base aliada do PMDB.

Comentário

A coluna tentou, mas não conseguiu ouvir a deputada estadual Daniella Ribeiro (PP) nem a secretária Tatiana Medeiros (PMDB). Uma delas foi alvo do ataque de Walter.

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