OPINIÃO: UM ANO DEPOIS. E MAIS: REVIRAVOLTA PODE AMEAÇAR PERMANÊNCIA DE FERNANDO CARVALHO NO PT DO B

Ontem, dia 03, a histórica eleição 2010 completou um ano. Daqui a algum tempo, quando amainarem as chamas que hoje ardem na impetuosa fogueira das paixões políticas, a refrega do ano passado poderá, finalmente, ser vista pelo prisma de uma eleição que quebrou paradigmas, ao lançar por terra o poderio de um grupo que, com o poder em mãos e uma exposição midiática extrema, se apresentava como imbatível. Aliás, o pleito de 2010 tem muito em comum com as eleições municipais de 2004.

No entanto, embora a apuração que conduziu a disputa pelo Governo do Estado ao segundo turno e definiu os eleitos para a Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado tenha sido concluída ainda no 03 de outubro, a verdade é que essa ainda é uma eleição com resultado em aberto. Um ano depois, demandas e recursos judiciais mantêm uma guerra lerda no Supremo Tribunal Federal, deixando sem efeito a manifestação da vontade – que deveria ser soberana – de mais de um milhão de eleitores paraibanos.

Como o Diário Político já registrou em outras reflexões sobre a manutenção do impedimento do ex-governador Cássio Cunha Lima, ao condenarmos a malemolência do STF, não se trata (e menos ainda nos interessa) de defender o interesse de determinado agente político. A questão é advogar a legítima soberania popular, regra basilar do sistema democrático. Se o tucano não podia ser candidato, deveria ter sido barrado antes do 03 de outubro.

Se não pode tomar posse, que seja impedido de vez. O que é inadmissível é que, um ano depois, a vontade dos paraibanos seja totalmente ignorada pela corte máxima da justiça nacional, numa indefinição que já suscitou toda a sorte de especulações sobre as reais intenções do ministro Joaquim Barbosa. Mais que uma eventual pendenga entre o ministro e o ex-governador, há uma afronta do STF aos paraibanos. Ou alguém acha que essa indefinição se manteria caso o imbróglio envolvesse, por exemplo, um senador do Rio de Janeiro ou São Paulo? Duvida-se!

Vai depender

O PP evita confirmar a candidatura da deputada Daniella Ribeiro a prefeita. Enivaldo Ribeiro, presidente do PP estadual, garantiu que o partido planeja lançar candidatura própria nas principais cidade, mas, em CG, isso dependerá das pesquisas.

Sem parceria

A possibilidade da candidatura de Daniella a prefeita há muito é cogitada pela família Ribeiro. Com a reaproximação dos pepistas ao prefeito Veneziano Vital do Rêgo e ao senador Vitalzinho, chegou a ser aventada a tese de um apoio do PMDB à candidatura da deputada, mas, Veneziano já confirmou que seu partido terá candidato próprio.

É lógico

O deputado Genival Matias, que comanda o PT do B paraibano, afirmou que, se depender dele, o vereador Fernando Carvalho será candidato de oposição a prefeito. Isso é o óbvio. Se fosse para ser candidato de situação, Carvalho teria continuado no PMDB.

Vai e vem

O deputado federal Manoel Júnior preferiu não arriscar e vai continuar no PMDB, mas promete que deve bater chapa com José Maranhão para definir o candidato a prefeito da Capital. Outro peemedebista, o deputado estadual Trócolli Júnior, que já se fez presente em uma reunião do PSD, pode se filiar ao partido do vice-governador Rômulo Gouveia.

Novo comunista

O advogado Félix Araújo Neto assinou a ficha de filiação ao PC do B dentro do quarto de um hospital da cidade, onde estava após sofrer um acidente de carro na semana passada.

PTB pelo PC do B

Félix, que é filho do ex-prefeito Félix Araújo e neto do patrono da Câmara Municipal, pertencia ao PTB. Ele pode ser candidato a vereador, mas ainda não estaria resolvido.

Curiosidade

Félix avô chegou a ser conhecido como “o agitador comunista”, compondo os quadros do PCB entre 1943 e 1948, todavia, acabou renegando o comunismo e suas ideologias.

Reviravolta

Muita coisa ainda pode acontecer no PT do B até a próximo sexta-feira – e mesmo depois. Até a permanência do vereador Fernando Carvalho no partido é uma incógnita.

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