OPINIÃO: 'MELANCIA NO PLENÁRIO'

Ontem, o debate na Assembleia Legislativa mais uma vez descambou para a politicagem. O clima anda tão irreverente no parlamento estadual, que o petista Anísio Maia, a fim de corroborar acusações contra a prefeitura de João Pessoa, chegou ao plenário, risonho, com uma cesta de frutas e verduras, incluindo melancia, batatinha, tomate e abacaxi. Não pôs a melancia na cabeça, mas conseguiu o que queria: a triste imagem repercutiu em toda a mídia, mais até do que suas denúncias.

E assim tem sido os trabalhos na Casa de Epitácio Pessoa desde o início do ano. Uma seqüência de episódios patéticos, em que boa parte dos deputados, de olho nas eleições de 2012 e 2014, e outros querendo obrigar o governo a dispensar-lhes um tratamento mais “amigável”, têm feito de tudo manter o clima de beligerância no nível mais violento possível. Não se passa uma semana sem que a pauta seja dominada por uma arenga sem fim, como se a atividade parlamentar se resumisse a brigar, acusar, tumultuar.

Onde estão as discussões de temas do interesse do estado, os projetos para o desenvolvimento, o esforço concentrado para atrair investimentos para a Paraíba? Desde quando as atribuições de um deputado limitam-se a subir à tribuna para atacar ou adular o governo ou atear fogo em confusões na imprensa? Ademais, se prestarmos um pouco de atenção, veremos que a Assembleia Legislativa foi transformada numa espécie de segunda Câmara Municipal de João Pessoa. A absoluta maioria das discussões gira em torno de assuntos inerentes à Capital.

Enquanto isso, deputados com base em Campina Grande e região, levados pela onda, engrossam essas brigas e mantêm atuação apagadíssima quando o quesito é defender os interesses da Rainha da Borborema, que, apesar de sua importância, fica fora dos debates no plenário da Assembleia. Se bem que é melhor mesmo ficar de fora, se for para o plenário ser transformado em picadeiro, onde daqui a pouco vai haver até deputado desfilando com melancia na cabeça.

Sete de dezesseis

A sessão de ontem na Câmara acabou, após o pequeno expediente, por falta de quórum. Além do presidente Nelson Gomes Filho, apareceram para trabalhar: Orlandino, Olímpio Oliveira, Fernando Carvalho, Laelson Patrício, João Dantas e Cassiano Pascoal.

Oficioso

Embora o prazo para mudança de partido tenha se encerrado no último dia 07, as listas de novas filiações não foram divulgadas pelas siglas porque, na verdade, como o prazo para envio das relações ao Tribunal Superior Eleitoral se estende até a meia-noite de hoje, oficiosamente o primeiro prazo ganha uma semana a mais. São coisas do Brasil.

Queixume

Uma nota sem pé nem cabeça foi divulgada pela assessoria do empresário Érico Feitosa ou do PR municipal (não ficou claro) reclamando da ausência do seu nome nas pesquisas sobre as eleições municipais de 2012. A primeira questão é: que pesquisas?

Adivinhão, adivinhão

A nota parece tratar de pesquisas (enquetes) de sites. Ainda assim, como incluir Feitosa se ninguém sabia que ele havia se filiado ao PR e pode ser candidato, se até a semana passada constava que sequer tinha partido? Feitosa foi o terceiro colocado em 2008, numa eleição que teve apenas 04 candidatos, ao contrário do que deve ocorrer em 2012.

Bate e rebate

A secretária Tatiana Medeiros desmentiu o desmentido do secretário estadual Waldson de Souza sobre suas críticas ao convênio firmado entre o Estado e o Hospital Pedro I.

Disse Tatiana

“Não há o que ser desmentido pelo secretário. O termo de cooperação não é do Estado para o Hospital e sim do Hospital para o Estado. Não há contrapartida financeira nenhuma”.

Nada a mais

“O estado não criou nenhum serviço em Campina Grande para garantir retaguarda a outros municípios. O Pedro I já é contratualizado pelo município”, completou Tatiana.

Corte

A secretária ainda afirmou que o estado cortou convênios. “No governo Maranhão, existia um convênio com o HU para cirurgias cardíacas, e o novo governo encerrou”.

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