O ADEUS DE NEWTON RIQUE

Nascido em 1957, o Diário da Borborema, que hoje completa 54 anos, registrou, como um legítimo diário de Campina Grande, os acontecimentos mais marcantes da história da nossa cidade nesse período. Um deles, a cassação pela Ditadura Militar do mandato do prefeito Newton Rique, em 15 de junho de 1965, encerrando prematuramente um governo que durou menos de sete meses e despontava como uma promessa de renovação das práticas administrativas municipais.

Oriundo da iniciativa privada, Newton teria um perfil firme, proativo e planejava implantar em Campina Grande um governo progressista, moderno, em total contraposição às práticas então correntes e ainda hoje popularíssimas de clientelismo e uso político e partidário da máquina pública. Rique foi, também, o primeiro filho natural de Campina Grande a ser eleito pelo voto direto. Antes dele, foram eleitos dois areienses, Elpídio de Almeida (1947 e 1955) e Plínio Lemos (1951), e um umbuzeirense, Severino Cabral (1959).

No dia seguinte, antes de deixar a cidade, Newton Rique fez um pronunciamento histórico na Rádio Borborema (hoje Clube), no qual, durante 26 minutos, despediu-se do povo da cidade. “Adeus, campinenses amigos. Parto por outros caminhos, em busca de outro destino e de outra vida. Parto na comoção obrigada de um aceno de despedida. Parto por rotas que não escolhi. E da curva da longa e sinuosa estrada que me forçam agora a percorrer, volto o meu olhar para ver os que ficam, e os meus olhos se perdem na contemplação da paisagem, que para mim se fez de angústia e saudade. Adeus, campinenses amigos! O destino que hoje nos separa talvez um dia nos reencontre”, disse, voz trêmula, no trecho final do seu pronunciamento.

Infelizmente, os caminhos de Newton Rique nunca mais se reencontrariam com aqueles que levavam à política municipal. Vítima de meningite, o primeiro campinense a ser eleito prefeito da sua terra morreria em 18 de Agosto de 1986, no Rio de Janeiro, com apenas 55 anos de idade.

Questão lógica

A decisão de Orlandino Farias de trocar o PMDB pelo PSC é compreensível. Em 2008, somando 3.207 votos, ele amargou apenas uma segunda suplência e atualmente até exerce o mandato, mas somente até abril, quando o titular, Metuselá Agra, reassume.

Haja ar!

A declaração do deputado licenciado Lindolfo Pires, que, falando da saída de Janduhy Carneiro da base governista, disse que deputado é igual a um pneu furado, que basta trocar, foi infeliz. Não que tenha dito nenhuma barbaridade, afinal, é mais ou menos assim que a coisa se dá. Muitos parlamentares não abrem mão de uma “calibradazinha”.

Indiferença

É mesmo surpreendente a decisão do presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas, de não pedir na justiça o mandato do vereador Antônio Pereira, que trocou o partido pelo maior adversário, o PMDB. O PSB estaria tão desinteressado assim em Campina?

Novo campinense

O prefeito de Matinhas, Aragão Júnior, já transferiu seu domicílio eleitoral para Campina Grande. Ele deverá deixar o PTB e ingressar no PSDB ou no PSD para ser candidato a vereador. De acordo com o presidente do PTB, Armando Abílio, o partido estabeleceu que o prefeito que deixar a legenda vai enfrentar processo por infidelidade.

Porteira aberta

Na edição de ontem, revelamos o desmanche que está ocorrendo no PT do B. Saíram o presidente do diretório municipal, Alexandre de Didi, o tesoureiro Antônio Carlos, o segundo secretário Leunivan Bezerra e o vereador e vice-presidente Laelson Patrício.

Sem contato

“Faz 25 dias que não falo com o deputado Genival Matias. Eu não sei o que ele pretende em relação ao diretório do PT do B em Campina Grande”, explicou Alexandre de Didi, repetindo a reclamação que outros ex-filiados do partido contra o presidente estadual.

Relembrando

Alexandre presidia o PT do B há apenas oito meses. Em janeiro, Mário Cézar, então presidente, entregou o cargo enviando um SMS de celular a Genival. Outro ex-filiado, o jornalista Marcos Marinho, classificou o deputado de “cara de pau de marca maior”.

Publicado na edição deste domingo, 2, do DB

0 Comentários