A TESE DA PRESSÃO

Embora em política nada surpreenda ou espante, há certa dificuldade na tese do vereador Cassiano Pascoal, quando atribui ao governador Ricardo Coutinho (foto) suposta pressão sobre o deputado Tião Gomes, presidente do PSL paraibano, para intervenção no diretório municipal. Mostrando-se surpreso com a decisão de Tião, Cassiano viu como explicação um eventual dedo do governador na história.

No entanto, a indiferença com que Ricardo tem tratado a composição partidária na Câmara Municipal não parece confirmar o entendimento do vereador. É inegável que, se quisesse, o governador tinha nas mãos o poder de mudar radicalmente o cenário na Casa de Félix Araújo, como, aliás, quis, pode e fez o ex-governador José Maranhão. Há dois caminhos para isso. O primeiro é, realmente, a pressão sobre aliados comandantes de partidos. Mas, por que não pressionou Maria da Luz, presidente do PRP, a “enquadrar” o vereador Alcides Cavalcanti, que foi para a base do prefeito Veneziano Vital?

Da mesma forma, por que não fez com que o deputado federal Genival Matias, que preside o PT do B, mandasse o vereador Laelson Patrício para a oposição? E mais, porque não “arrochou” o deputado federal Damião Feliciano, seu aliado, ou Renato Feliciano, que inclusive é secretário de estado, ambos chefes absolutos do PDT, para que fizessem com que o vereador Marcos Raia voltasse à oposição?

Por fim, por que não o governador não interveio antes no PSL, por que deixar para agora? E por que não pressionar Tião Gomes a “dar um jeito” no deputado Aníbal Marcolino, um dos mais vorazes dos seus opositores? Haveria, ainda, um segundo método para mudar a formação das bancadas em Campina: oferecer cargos e benesses. Nem todos morderiam essa isca, mas a maioria, com certeza, ia correndo para os braços do socialista. De certo, pressões estão existindo sobre os partidos na Rainha da Borborema. Mas, o Palácio da Redenção, ao menos até agora, ainda parece não estar usando toda a sua força.

Resistências

O secretário estadual do PT do B, Mário Cézar, em resposta ao Diário Político, afirmou que a ida do vice-prefeito José Luiz Júnior (agora no PMDB) para o partido só não foi confirmada porque teria enfrentado resistência de alguns membros da legenda.

A turma

“Zé Luiz queria ir para o PT do B, mas, infelizmente, algumas pessoas não queriam e os contatos esfriaram. Deixei para lá, para não contrariar uma turma”, afirmou Mário Cézar, que não deu detalhes sobre quem teria sido contrário à filiação do vice-prefeito. Até porque o próprio Cézar garantia que a cúpula do partido era totalmente favorável.

Números

Quem tinha o velho e foi informado do novo número do telefone da secretária de Saúde Tatiana Medeiros percebeu uma “coincidência”. O antigo número do celular da secretária terminava com 4545 e o novo, em uso desde sexta-feira, termina com 1515.

Rebate

Por falar nela, Tatiana Medeiros, desmentiu as acusações do presidente do Sintab, Napoleão Maracajá, de que agentes comunitários de saúde estariam sofrendo perseguição. “Esse caso se refere ao período probatório, em que 28 agentes tiveram uma nota abaixo da média e estão sendo analisados, mas não existe perseguição”, disse.

Programação

O PSOL realizará uma série de encontros para discutir as eleições 2012. Uma reunião estadual está agendada para 30 de outubro. Hoje, o partido se reúne em João Pessoa. Quanto a Campina, segundo o professor Nelson Júnior, a data ainda não foi definida.

Mágoas

O deputado federal Manoel Júnior está ressentido com o PMDB estadual. Após alardear que poderia ser nomeado Ministro do Turismo, ele viu Dilma Rousseff escolher outro e a mídia nacional dizer que seu nome foi “queimado” pelo deputado Luiz Couto (PT).

Solidariedade

Couto teria usado as acusações de que o deputado seria ligado a grupos de extermínio para boicotá-lo. Manoel Júnior esperava uma nota do partido em sua defesa, mas, quem o fez foi Marcondes Gadelha, presidente do PSC, que pode ser o destino do deputado.

Publicado no Diário Político deste domingo, 18 de setembro

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