OPINIÃO: GUERRA QUASE BÍBLICA


Segundo as escrituras sagradas, Salomão foi rei de Israel e tornou-se célebre em todo o mundo por sua sabedoria. Sobre João, há, no Novo Testamento, dois relevantes personagens com este nome: o evangelista e o profeta. O primeiro é conhecido como o “apóstolo do amor”, tema marcante em seu evangelho e nas epístolas que escreveu. O segundo, João Batista, tinha temperamento forte e atazanou a vida do rei Herodes denunciando seus pecados.

Pois bem. Em Campina Grande há um famoso Salomão e um famoso João que, ao contrário dos personagens bíblicos que viveram em épocas distintas, mas “militavam” do mesmo “lado”, como servos do Deus de Israel, estão em fileiras opostas e, nos últimos dias, entraram em guerra. Salomão Augusto chefia a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos, a STTP, e, a exemplo do seu xará do Velho Testamento, que pediu a Deus sabedoria para governar Israel, deve viver clamando por sabedoria para tentar dar jeito no trânsito já conturbado da cidade.

O vereador João Dantas, por seu turno, pode ser identificado mais com o profeta João Batista que com o apóstolo João. Enquanto João Batista, a “voz que clamava no deserto” israelita, imprecava contra Herodes, João Dantas, a voz que clama no quase deserto da oposição, deblatera contra o prefeito Veneziano. E, já que o profeta acabou decapitado pelos soldados do rei, o vereador acusou a STTP e seu superintendente de, como “soldados” do prefeito, tentarem “decapitar” seu bolso e sua moral de homem público, impondo-lhe nada menos que 72 multas de trânsito em 05 anos.

Em resposta, Salomão revelou acreditar que João já perdeu a cabeça, mas não pela secção do pescoço e sim pela fuga do juízo. O superintendente classificou o vereador de “doidivanas”, conforme informou a edição de ontem deste Diário – epístola sem vocação sacra que registra as más-aventuranças da nossa política nada santa. É guerra! Aliás, a política está para a Paraíba como o inferno para os danados: fede, destrói tudo e não tem fim.

Troca

Mesmo tendo dado a entender que não pretendia trocar de partido, o pouco falante vereador Marcos Raia deve deixar o PDT para filiar-se ao PMDB. O convite ao parlamentar de situação teria sido feito pelo próprio prefeito Veneziano Vital do Rêgo.

Sem reação

Resta saber se o PDT, que é oficialmente presidido na Paraíba pelo secretário de Turismo e Desenvolvimento do Estado, Renato Feliciano, e comandado na prática por seu pai, o deputado federal Damião Feliciano, vai pedir o mandato de Raia na Justiça. Quando o vereador, desobedecendo ao partido, aderiu a Veneziano, o clã Feliciano nada fez.

Nos passos

O prefeito da cidade de Pocinhos, Artur Galdino, que é sobrinho do deputado estadual Adriano Galdino, deve seguir mais uma vez os passos do tio, prefeito de Pocinhos por três mandatos, filiando-se ao PSB. Atualmente, Artur pertence aos quadros do PSDB.

Oitenta prefeitos

Segundo Adriano Galdino, em recente reunião com o governador Ricardo Coutinho e o presidente do PSB estadual, Edvaldo Rosas, foi estipulada uma meta de eleger pelo menos oitenta prefeitos no pleito do ano que vem. “Vamos tentar atingir essa meta para que possamos ser um partido ainda mais forte, com um número relevante de prefeitos”.

Mantido

A Câmara Municipal manteve o veto do prefeito Veneziano Vital do Rêgo à emenda de autoria do vereador Jóia Germano, que destinava 10% da venda do DTOG ao HU e à Fap.

Tristeza

“É triste virmos a esta Casa para trabalhar e vermos que o interesse de outros é maior. Chega de ilusão, vamos mostrar a verdade ao povo”, comentou, lacônico, Jóia Germano.

Não pode

O líder do prefeito na Câmara, vereador Rodolfo Rodrigues, elogiou a intenção de Jóia, mas lembrou a existência de lei federal que justifica o veto à emenda do parlamentar.

A dúvida

Por que o legislativo municipal tão frequentemente aprova emendas cujos vetos depois manterá? Se há impedimento, não aprová-las pouparia trabalho ao executivo e desgaste à Casa.

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