O TRE SOB ATAQUE

Faz tempo que o Judiciário paraibano, sobretudo o Tribunal Regional Eleitoral, vem sendo alvo de suspeitas lançadas no ar. A prática ganhou volume a partir de 2007, quando o TRE cassou o mandato do então governador Cássio Cunha Lima. No ano passado, criou-se um rebu após o então senador Efraim Morais acusar o à época governador José Maranhão de ameaçar prefeitos em busca de apoio político, usando para isso o fato de ser casado com a desembargadora Maria de Fátima Bezerra Cavalcanti, que era vice-presidente do Tribunal de Justiça.

Diante das acusações, surpreendentemente, o único representante do judiciário a reagir foi o desembargador Romero Marcelo, que proclamou: “O réu aqui somos nós. Se não for apurado, nunca mais nenhum de nós pode dizer que é honesto”. Lá se vai um e meio. Qual o resultado? De lá para cá, o TRE voltou ao “paredão”, questionado pelo retardo em julgar o recurso do prefeito Veneziano Vital do Rêgo contra sua cassação em primeira instância.

Na última terça-feira, finalmente houve pauta para o julgamento. Diante do parecer do relator e de um pedido de vistas antecipado, com suspensão dos trabalhos, veio uma nova onda de denúncias soltas no ar – nada formalizado.

Desta vez, no entanto, os ataques partem de ambas as frentes. Mal encerrou-se a sessão, uma assessoria ligada à prefeitura fez circular nota em que a defesa de Veneziano desqualificava o parecer do relator João Batista Barbosa, que agora é alvo de críticas de auxiliares do executivo municipal por conta de uma entrevista à uma emissora, em que teria defendido a cassação do prefeito e até a posse de Cássio no Senado.

Por outro lado, setores de oposição ao PMDB acusam os juízes Márcio Accioly e Newton Vitta de terem ligações com Veneziano. E, nesse corredor polonês, está não apenas cada um dos magistrados postos sob suspeita, mas o judiciário, que deveria ser bastião de credibilidade e justiça e, no entanto, caminha silente para o charco da desmoralização.

De novo?

Três vezes governador, apesar de ter vencido somente uma eleição (e, mesmo assim, uma eleição praticamente sem adversário), José Maranhão, que comemorou com festança seu aniversário na última terça-feira, estaria sonhando com as eleições de 2014.

O empecilho

E a intenção de Maranhão não seria o Senado. O projeto, contudo, enfrentaria desta vez a oposição da família Vital do Rêgo, que pretendia fazer o prefeito Veneziano candidato na eleição passada, mas, ante a volta de José Maranhão ao governo, cedeu sem brigar. Já para 2014, certamente a reação de Veneziano e Vitalzinho não seria tão amistosa.

Pensamento

O senador Cícero Lucena revelou esta semana ter pensado em desistir da vida pública para se defender das acusações da Operação Confraria, deflagrada pela Polícia Federal em julho de 2005. Durante a operação, Cícero, inclusive, chegou a ser preso.

Passado e futuro

Cícero Lucena pensou, mas não desistiu e, um ano após a prisão, tendo o irrestrito apoio do então governador Cássio Cunha Lima, foi eleito para um mandato de oito anos no Senado Federal. Logo, deve sentir-se aliviado por ter desistido de desistir, mas, ao terminar esses oito anos, o senador pode ver sua carreira política em dificuldades.

Convite

O presidente do PTB municipal, José Artur Almeida, convidou o estudante e diretor do Sine estadual, Raymundo Asfora Neto, para se filiar à sigla e ser candidato a vereador.

Legitimidade

Em resposta, Asfora Neto fez um afago no projeto de candidatura a prefeito de José Artur. “Saiba que vejo legitimidade na sua bandeira de luta política”, disse, via Twitter.

Greve à vista

Além dos policiais civis, mais uma categoria estabeleceu prazo até o fim do mês de setembro ao Governo do Estado, sob ameaça de paralisação: os servidores fiscais e tributários.

Agenda

A principal reivindicação dos fiscais é a implantação do subsídio no contracheque. Segundo o Sindifisco, uma assembleia de indicativo de greve deverá ocorrer no dia 22.

Coluna nossa do Diário da Borborema de domingo, 11/09

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