JOGO POLÍTICO

A terça-feira nestas heróicas terras paraibanas, sobretudo no alto da Serra da Borborema, teve clima de final de Copa do Mundo. Ou, campinensemente falando – advérbio parido pelo jornalista e professor Mica Guimarães – cara de decisão de campeonato estadual com Clássico dos Maiorais no Amigão.

De um lado e de outro, torcidas ansiosas roíam as unhas, acompanhando lance a lance a continuação do julgamento do recurso do prefeito Veneziano Vital do Rêgo contra sua cassação em primeira instância, em abril do ano passado. E, como é comum às torcidas, entre um lance e outro, entre um “vossa excelência” e um “data vênia”, não faltava gente xingando o juiz, acusando-o de estar a serviço do adversário.

Também como de praxe, na arquibancada em que se transformaram as redes sociais, as duas facções trocavam provocações e insultos. Amarelos cantavam revanche do “resultado” de 2009, e vermelhos lembravam que o jogo ainda não acabara, ao contrário daquele outro.

E não havia acabado mesmo. De virada, por 3 a 1, Veneziano teve a sentença que desde abril de 2010 pesava sobre seus ombros reformada. Encerrada a “refrega”, seus aliados e admiradores saíram às ruas, em carreata, comemorando o resultado, e precipitadamente anunciando seu nome para um longínquo 2014.

Do outro lado, adversários ironizavam ou vociferavam contra os juízes, acusando parcialidade latente no julgamento, como fizeram os “vermelhos” contra o relator do processo, na semana passada. Acusações inócuas, apenas para incendiar paixões, politizar e “eleitoralizar” os fatos.

Afinal, se há alguma denúncia substancial, que seja levada às instâncias competentes, que se formalize a acusação. Do contrário, preguejar na mídia é apenas “jogar para a torcida”. No fim das contas, percebendo a paixão ardente que divide os dois grupos, é injusto comparar esse “jogo” ao “Clássico dos Maiorais”. Nossa política é paroquial, pequena; apesar do tamanho da torcida, está mais para futebol de várzea.

Prorrogação

Para o vereador João Dantas, ás da oposição municipal, o “jogo” jurídico ainda não acabou. Ontem, durante a sessão na Câmara, ele lembrou que o advogado José Mariz, da coligação “Por Amor a Campina”, vai recorrer da decisão do TRE no TSE.

Manifestos

João Dantas avisou que, assim como capitaneou a campanha “TRE, julgue Vené”, agora dará início a uma nova campanha, “TSE, julgue Vené”. Será que, como aconteceu no primeiro caso, em que o protesto ocorreu na porta do TRE, o movimento desta vez viajará a Brasília, com faixas, banda de pífano e até o popular animador Gavião?

Antecipação

Empolgado com o resultado no TRE, o vereador Rodolfo Rodrigues, líder da bancada governista na Câmara Municipal, afirmou que o “rumo agora é lutar para que Veneziano seja eleito governador em 2014”. Só que, antes disso, há o pleito de 2012...

Processo

Evidentemente, o resultado do julgamento no TRE trouxe ânimo novo ao projeto de Veneziano. Mas, a confirmação da sua candidatura e a definição de em quais condições chegará a 2014 vão depender do processo eleitoral de 2012. Nesse contexto, aliás, não apenas a eleição em Campina, mas em outras cidades estratégicas, tem papel relevante.

A resolver

O presidente da Câmara Municipal, Nelson Gomes Filho, previu que seria um dos primeiros a tornar público seu destino partidário. O prazo está acabando e segue o mistério.

O cartaz

O Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos da Paraíba não chegou a mandar instalar outdoors, mas montou cartazes com fotos de alguns deputados federais.

O motivo

A arte do cartaz explica: “Correios privatizado, povo prejudicado. Deputados federais da Paraíba que votaram a favor da privatização dos Correios”. E mais: “Não à MP 532”.

Os deputados

Aparecem na “produção” do sindicato: Nilda Gondim, Benjamin Maranhão e Manoel Júnior (PMDB), além de Aguinaldo Ribeiro (PP), Luiz Couto (PT) e Damião Feliciano (PDT).

Publicado no DB desta quinta, 15 de setembro

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