OPINIÃO: FORTE BASE FRÁGIL

O governador Ricardo Coutinho conseguiu vencer a queda de braço política que marcou a questão da permuta do terreno da Academia de Polícia com o outro, pertencente ao empresário Roberto Santiago. O assunto não poderia deixar de render os naturais (e necessários) debates e controvérsias, mas a polêmica acabou indo longe demais porque a oposição transformou a intenção de barrar o projeto em um verdadeiro cavalo de batalha.

No final das contas, a permuta, se executada nos moldes anunciados pelo governo, será boa tanto para a Polícia Civil quanto para a população do bairro de Mangabeira. E, se a perspectiva é boa para a Polícia Civil, interessa a todo o estado. Atualmente, a Acadepol é um conjunto de salinhas acanhadas, uma estrutura inapropriada para a formação dos policiais, e a sede do Instituto de Polícia Científica há muito suplica novas instalações, em nova localização. A promessa é de uma nova Acadepol e de um novo IPC, além de uma nova Central de Polícia para João Pessoa.

Para a Capital, há, ainda, a geração de empregos com o futuro empreendimento. A aprovação do projeto deve ter rendido comemoração da parte do governo, que conseguiu superar o jogo pesado de uma oposição relativamente bem coesa. Por outro lado, se mesmo sem o voto do deputado Toinho do Sopão a base governista foi forte o suficiente para assegurar o resultado favorável, a crise interna do bloco deve preocupar Ricardo.

Quando a briga pelo comando da Comissão de Constituição, Justiça e Redação parecia resolvida, eis que ocorre a reviravolta e Janduhy Carneiro fica com a presidência. O resultado seria uma exigência do deputado para permanecer na bancada governista, o que confirma a instabilidade da base. E qual a razão dessa instabilidade? Acontece que o Palácio da Redenção não dá sinais de corresponder às exigências comuns à idiossincrasia do legislativo, que, via de regra, quer que o governo aja como balcão de atendimento às suas tantas “demandas”. Eis a causa maior da insatisfação.

Abertura

Apesar de já ter dado claros sinais de que, contrariando seus planos recentes, não deve mais deixar o PMDB, o vereador Fernando Carvalho participou de uma reunião ontem com a direção municipal do PT do B, que busca reforços para as próximas eleições.

Haja candidato

O PT do B parece não saber que cada partido só pode lançar um candidato majoritário. Primeiro, falou em Érico Feitosa. Depois, o secretário Mário Cézar confirmou a filiação de José Luiz Júnior, que seria o candidato. E, na semana passada, a assessoria de Carvalho revelou que o vereador foi convidado pela legenda para disputar a prefeitura.

Ecológico

O destino do deputado estadual Toinho do Sopão pode ser o Partido Ecológico Nacional (PEN), mais uma nova legenda que deve estar regularizada para as eleições 2012. Toinho quer ser candidato a prefeito e seu partido, o PTN, não comunga da ideia.

Na dúvida

Ontem, durante a conturbada sessão sobre a permuta dos terrenos, Toinho do Sopão aprontou mais uma. Primeiro, votou contra a matéria. Mas, após a aprovação do projeto, resolveu voltar atrás e pedir à Mesa Diretora que registrasse seu voto como favorável. E, logo que foi encerrada a sessão, fez sua assessoria divulgar que votou pela permuta.

Incrível

Ainda sobre Toinho, ele resolveu culpar a imprensa pelo papelão que vem fazendo e, apesar de até ameaçar dar “uns petelecos” em jornalista, se disse um “missionário da paz”.

Bullying

Toinho alega está sendo perseguido pela imprensa “Estou sofrendo bullying pela imprensa, que é marrom na Paraíba! Sou um missionário da Paz”, disse, em seu Twitter.

Prefeitável

Ainda sobre o Partido Ecológico Nacional, a legenda teria convidado o jornalista Morib Macedo para ser candidato a prefeito de Campina Grande. Será que Morib vai aceitar?

Será?

Entre aliados do prefeito Veneziano Vital, começa a ganhar corpo a tese de que, mesmo o PMDB lançando candidato, é possível a coexistência de várias candidaturas governistas.

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