POESIA DE FÉLIX ARAÚJO: 'MEU LIVRO'

Meu livro sem esperança
Será como a flor perdida
De um galho que se balança
Sobre a corrente da vida

Num dia qualquer, de breve
Ventania ou de sol quente,
Cairá a flor de neve
Na merencória corrente.

O pescador, da outra margem,
Sorrirá, num gesto lento
Vendo-a descer de viagem
Para o mundo do esquecimento.

Mas, a minha alma esquecida
Cantará, em meio à bruma:
– Inda que pobre, deu uma
Rosa à corrente da vida.

(Félix Araújo)

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