A intenção do reitor da Universidade Federal de Campina Grande, Thompson Mariz, de ser candidato a prefeito da cidade pelo PT nas próximas eleições deve acabar esbarrando na oposição de parte dos militantes da legenda. Thompson já revelou que pode ser candidato em uma cidade sertaneja, sem definir ainda se o seria em Cajazeiras ou São João do Rio do Peixe, mas o verdadeiro desejo do reitor, que termina seu segundo mandato à frente da UFCG em 2012, seria mesmo concorrer em Campina.
Para isso, já teria mantido contatos com o presidente estadual da legenda, Rodrigo Soares, que veria com bons olhos o ingresso de Thompson no partido e a possibilidade da sua candidatura. O problema é que o reitor começou escolhendo mal, ao optar por tentar viabilizar sua postulação justamente pelo PT. Por que errou? Errou porque o PT não segue uniformemente uma linha de comando, ao contrário do que acontece na maioria dos partidos. Nenhum presidente estadual da sigla consegue determinar sua vontade.
A tão aclamada democracia petista está longe de ser a beleza que os militantes do partido proclamam – em cidades importantes, como Campina Grande, a sigla acabou virando uma espécie de sublegenda. O PT, que não raro se assemelha a um enorme balaio de gatos, é um partido dividido em partidos, e sobrevive na Paraíba muito mais pela mística construída nacionalmente em volta do ex-presidente Lula do que pelos méritos da militância paraibana.
Mas, nesse caso do ingresso de Thompson, as vozes contrárias parecem ter razão. Não se trata de nenhum problema ou oposição contra a figura do reitor que, aliás, é melhor candidato que qualquer outro nome que o PT campinense disponha para 2012. Porém, a forma como essa candidatura quer se viabilizar é vista por alguns petistas como uma tentativa de alugar o partido para a execução de um projeto pessoal. Eles reclamam que Thompson Mariz quer cair de paraquedas no PT e garantem que, nem que seja nas prévias, seu nome será barrado.
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Publicado no Diário da Borborema de hoje
Imagem: Portal Celino Neto
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