O ÓCIO REMUNERADO


O deputado estadual petista Anísio Maia avisou que vai apresentar cobrança à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa para que seja cortado o ponto dos parlamentares que deixarem de comparecer, sem justificativa plausível, às sessões. É o mínimo que se pode esperar de qualquer repartição ou entidade pública, inclusive o poder legislativo, que deveria (deve) dar o exemplo. É um absurdo que alguém, pago (e, no caso de um deputado, muito bem pago) pelo erário público compareça ao seu local de trabalho tão somente quando quer, quando sente vontade, e, quando falta, não sofra sequer o corte do ponto.

Quando se fala nisso, logo surge o argumento que apregoa que o trabalho de um parlamentar não se restringe ao plenário, às sessões. Trata-se de um sofisma. Uma premissa verdadeira sendo usada como argumento falso. O labor legislativo está, sim, além das quatro paredes do parlamento, mas essa restrição física acontece somente três vezes por semana e, mesmo assim, somente em parte do dia.

Ademais, é nas sessões que o parlamentar discute e vota os projetos que tramitam no legislativo, é lá que ele debate os temas de interesse da sociedade. É certo que boa parte dos nossos deputados estaduais – assim como acontece com os federais, vereadores e senadores – tem uma atuação insignificante em plenário, fala pouco ou nada, apresenta poucos projetos e apenas balança a cabeça segundo ordenado pelas lideranças.

Sobre isso, aliás, é inverídico o argumento de que pode-se ser um bom legislador mesmo tendo uma atuação medíocre no plenário. A prática mostra o contrário. E, no fim das contas, comparecer às sessões é o mínimo que se pode esperar de um parlamentar. É incrível que, até hoje, o corte do ponto dos faltosos não tenha sido instituído como norma. É muita complacência com o descaso. É um claro estímulo à malemolência. É a compensação pecuniária da vadiagem. Mais uma afronta ao trabalhador comum que, por um salário medíocre, batalha mais de 45 horas por semana.

Nem tudo

Um aspecto importante no pronunciamento do deputado Anísio Maia é que ele lembra que não deve ser aceita qualquer justificativa para abono da falta do parlamentar. Até porque tem gente que é boa em arranjar justificativa para não comparecer às sessões.

Sem jeitinho

“A justificativa tem que ter motivo relevante, como, por exemplo, uma viagem a trabalho. Agora, justificar que, na hora da sessão, está numa determinada entidade, participando de reunião, não pode. É necessário que seja uma justificativa plausível, e não apenas algo para mascarar uma ausência que é continuada”, explicou Anísio Maia.

Plano B

Caso o PMN, que é presidido na Paraíba pela jornalista Lídia Moura (foto), não consiga atrair para suas fileiras um nome de maior densidade eleitoral, o secretário estadual do partido, Antônio Barbosa da Silva, o Bala, pode acabar candidato a prefeito de Campina.

Família

Bala Barbosa é marido de Lídia Moura – e irmão da ex-prefeita Cozete Barbosa. O PMN teria convidado o vereador peemedebista Fernando Carvalho para ser candidato a prefeito, mas as negociações parecem não ter progredido. Em 2004, Lídia Moura, então no PSB, foi candidata a prefeita de Campina, ficando na quarta posição, com 3.380 votos.

Tendências

A convenção do PSD em Campina Grande, que deveria acontecer hoje, será amanhã. Vejamos quais os sinais que serão emitidos pelo partido em relação às eleições de 2012.

Telefone

Uma ligação teria desmotivado os planos do vereador Inácio Falcão de deixar o PSDB e filiar-se ao PT. Na verdade, teriam sido duas ligações: uma que ele fez, outra que recebeu.

Reclamação

Falcão teria telefonado para o presidente do PSDB, Cícero Lucena, e feito suas queixas. Sua pré-candidatura a prefeito tem sido ignorada pelo ex-governador Cássio Cunha Lima.

Diálogo

Já o telefonema recebido teria, do outro lado da linha, o vice-governador Rômulo Gouveia, ex-tucano e atualmente presidente do PSD paraibano. O que teriam conversado?

Publicado no Diário da Borborema de hoje

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