SEM LIMITES


Dizendo-se preocupados com a crise na saúde e na educação da Paraíba, os deputados federais Manoel Júnior e Wilson Filho subiram à tribuna da Câmara dos Deputados para clamar em favor do povo humilde paraibano, defender os médicos e professores, e pedir ao governador Ricardo Coutinho que tenha mais sensibilidade. “Acabei de sair do plenário da Câmara. Não podia me calar perante esta crise instalada na Paraíba e diante de tanta matéria negativa sendo veiculada”, lamentou, quase choroso, Manoel Júnior. “No plenário da Câmara, defendendo professores e médicos. Faço de coração um apelo ao governador para definir isto”, apregoou Wilson Filho.

Intenções duvidosas à parte, parece que boa parte dos congressistas paraibanos não sabe abrir a boca na Câmara ou no Senado para outra coisa que não seja politicagem. Qual o objetivo de um parlamentar ao usar a tribuna do Congresso para, sob o fito de denunciar mazelas que afligem seu estado, atacar gestores – “coincidentemente” adversários?

Um representante do povo não pode transformar o mandato que lhe foi confiado em uma extensão bem remunerada de um palanque. Além do mais, levar para Brasília a arenga que reina na Paraíba é expor a todos a pequenez da nossa política. Enquanto o mote for esse, não há como se esperar uma relação mais amadurecida entre nossos congressistas, muito menos será possível acreditar na viabilidade de um pacto pelo desenvolvimento do Estado.

A ânsia por aproveita “o fato político” é tão grande que o noviço deputado Caio Roberto (PR) sequer mediu os termos utilizados, uma linguagem totalmente inapropriada para um parlamentar: “Governinho de araque esse. RC acha que o povo é otário”. E Manoel Júnior nem ao menos respeitou a dor da família do rapaz morto por falta de atendimento em João Pessoa. “Quero me solidarizar não somente com os médicos do Trauma, mas também com a família de Cristiano, que morreu vítima deste governo intolerante”, disse. A política na Paraíba precisa aprender a ter limites.

Na defesa

A jornalista e primeira-dama do Estado, Pâmela Bório, saiu em defesa do governo em relação às greves. “Em cinco meses, querem que sejam implantadas todas as melhorias ignoradas nas últimas décadas em todas as áreas?”, questionou, no Twitter.

No ataque

Enquanto aliados de Ricardo Coutinho silenciam, Pâmela disse mais. Acusou a oposição de estimular o movimento. “Por trás da greve, existe uma oposição desequilibrada e inconseqüente. Sabem o porquê de as negociações não avançarem por parte do movimento? O discurso falso e as más intenções penetradas nas ações irresponsáveis”.

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