NA POLÍTICA, ESQUECER É VIVER



O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante (PT), tão logo foi anunciada a renúncia do agora ex-ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, avisou que sua vinda a Paraíba estava cancelada. Mercadante precisava ficar em Brasília, no “Quartel General” do Governo, ajudando a apagar as chamas ainda remanescentes do caso Palocci e, além disso, para o governo, a hora não é realmente própria para viagens.

A presidente Dilma Rousseff e o PT nacional passam a esperar que o tempo passe, porque, na política, o esquecimento é uma arma de grande poderio. Foi assim, por sinal, que Antônio Palocci voltou ao poder, após deixar o governo Lula em 2006, depois do malcheiroso episódio envolvendo o caseiro Francenildo Costa. O caseiro teve o sigilo bancário quebrado de forma ilegal, provavelmente a mando de Palocci, por testemunhar que o petista era visitante contumaz de uma mansão onde supostamente participava de reuniões com lobistas, no que foi apontado como um jogo de tráfico de influência.

Em 27 de março de 2006, Antônio Palocci, jurando inocência, após acordo com o então presidente Lula, renunciou ao cargo. Saiu, passou incólume pela justiça e em 2011 voltou ao poder, tão logo o PT nacional, Lula e Dilma julgaram que o episódio de 2006 já estava moralmente prescrito pela a flexível opinião pública brasileira. Voltou como se nada tivesse acontecido, mas, desta vez, não demorou a enredar-se em novas suspeitas, retornando às páginas dos jornais sob a desconfiança da prática de tráfico de influência.

Seu enriquecimento fenomenal nos últimos quatro anos, num país em que o Plano de Aceleração do Crescimento vai a passos de tartaruga reumática, virou uma incógnita e um problema para Palocci e o governo Dilma. Porém, mais do que saber como o ex-ministro enriqueceu, fica a curiosidade de saber por que ele trocou seu negócio milionário por um bem mais magro salário de ministro. Vontade de servir ao Brasil – diria PT nacional que, se pudesse, faria de Palocci o presidente da República.

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