RICARDO E AS GREVES


Cumprindo extensa agenda ontem em Campina Grande, o governador Ricardo Coutinho respondeu a uma série de perguntas sobre greves na saúde, educação e a ameaça de paralisação dos professores da UEPB. Sobre a saúde, o governador afirmou que encontrou o segmento com dívidas elevadas e que todas foram renegociadas. Ele garantiu que o novo trauma estará em atividade ainda esse mês e, quanto à greve dos médicos, fez um apelo à conscientização da categoria.

“O estado não é ilimitado e ninguém pode achar que ganhar R$ 700 por 12 horas de trabalho é tão pouco assim. Não é a melhor remuneração, mas também não é a pior. O estado tem um limite financeiro e de bom senso. Não adianta tentar inviabilizar uma correta política que vem sendo implantada”, disse, e mandou um recado: “É como se o poder público fosse algo inesgotável. O governo não será refém de nenhuma categoria. Não podemos ter a cada semana o estado se debatendo com uma corporação dentro de outra corporação”.

Ricardo negou, também, que tenha reduzido o duodécimo da UEPB: “Pegamos o que foi recebido em 2010 – não temos culpa se recebeu mais ou menos, porque quem tem que responder por isso é o gestor passado – dividimos pelo número de meses e encontramos o duodécimo, que foi preservado. Não houve perda em janeiro e fevereiro e, em março, chegamos a um reajuste de 4,79%. Isso significou para a UEPB R$ 15,7 milhões por mês, quando a folha de pessoal é de cerca de R$ 9 milhões. O que quer dizer que, para a universidade, temos um (poder de) custeio superior a R$ 6 milhões”, revelou.

Para o governador, a UEPB tem “a melhor situação financeira de todos os órgãos públicos”. Já sobre a greve dos professores da rede pública, o socialista foi enfático: “A Paraíba paga o piso da educação. São R$ 1.155 por 30 horas, quando o piso para 40 horas é de R$ 1.180”. Ele lembrou que havia um acordo selado com o sindicato que representa os professores estaduais, e que acabou descumprido pela categoria.

Corte do ponto

Ontem pela manhã, o secretário estadual de Educação, Afonso Scocuglia, avisou que os professores que deixarem de dar aula terão seus pontos cortados. “Quando um trabalhador não comparece ao trabalho, o ponto é cortado. E isso será feito”, garantiu.

Quebra do acordo

De acordo com Ricardo Coutinho, como o Estado não pode conceder reajuste, face aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, foi firmado um acordo com os sindicatos. “A saída seria uma bolsa, cujo valor de R$ 230 foi proposto pelo sindicato e nós acatamos. Estava tudo certo e, depois, fomos surpreendidos por uma tentativa de paralisação”.

Audiência

O governador Ricardo Coutinho deu a entender que, por ora, não concederá nova audiência ao prefeito Veneziano Vital do Rêgo. A informação de que o prefeito pedirá a audiência foi dada pelo coordenador de comunicação da PMCG, Carlos Magno.

Falso debate

“Já concedi. Vou conversar agora com a UEPB, com os demais prefeitos. É importante perceber que o Governo tem uma agenda. Eu abri essa agenda, recebi respeitosamente. Desci do palanque faz muito tempo. Conversamos e, quando vejo, sou tomado por um falso debate, que não correspondeu à conversa que nós tivemos”, afirmou o governador.

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