GRAVE, GRAVÍSSIMO

O imbróglio envolvendo o vereador Antônio Pereira (PSB) esta semana chamou a atenção, mais uma vez, para um assunto gravíssimo relacionado à Câmara de Campina Grande: o destino de documentos, inclusive de projetos já aprovados. Inconformado com a falta de informações sobre matérias de sua autoria, Pereira solicitou à presidência da Câmara uma relação que apontasse quais projetos ainda não haviam sido sancionados e promulgados.

Após alguma insistência, o vereador recebeu como resposta da assessoria da Casa uma pilha enorme de papeis, para que ele mesmo se desse ao trabalho de analisar matéria por matéria, folha por folha. Foi assim que quem chegou ao plenário da Casa de Félix Araújo na última quinta-feira deparou-se com a cena patética de uma montanha branca sobre a mesa do parlamentar. Apesar de irritado e perplexo diante do inusitado acontecimento, Antônio Pereira manteve a sobriedade atual, e evitou tecer críticas ao presidente Nelson Gomes Filho ou à assessoria da Câmara.

Mas, nem todos demonstram a mesma paciência. Diante da repercussão do fato, o petenista João Dantas mandou um recado, dizendo que não aceitará problemas com seus projetos. “Na atual legislatura, qualquer documento da nossa atuação que não tramitar normalmente, pediremos instauração de inquérito administrativo”, avisou. Segundo João, projetos seus aprovados na legislatura anterior não foram encaminhados para a devida sanção.

“Quando retornei à Câmara fiquei indignado. Mais de vinte projetos meus não haviam sido sancionados. Algo muito sério deve haver”, disse, e acrescentou: “Atas da legislatura que teve Veneziano como vereador simplesmente sumiram da Câmara. Isso é incrível”. E o vereador voltou a alertar: “Daqui pra frente, já viu: justiça e pedido de inquérito administrativo. É lamentável um mandato popular ser jogado na lata do lixo! Sumiço, adulteração e/ou desvio de documento público dá cadeia! É bom que todo funcionário público, de qualquer esfera, lembre-se da lei”.

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