OPINIÃO: A VOLTA DE JOÃO DANTAS

A sessão extraordinária desta sexta-feira marca a efetiva volta à Câmara Municipal de Campina Grande do vereador João Dantas (PTN). Pelo conteúdo e exposição sempre bombásticos de suas declarações e discursos, e pela veemência com que desempenha o papel de oposicionista, o retorno de João Dantas à Casa de Félix Araújo traz a certeza de que o debate em plenário, de agora em diante, vai esquentar, e a oposição, embora em minoria, vai subir o tom.

Na legislatura passada, o petenista travou batalhas quase épicas com o jornalista Marcos Marinho, então vereador pelo PMDB e igualmente veemente em suas declarações.

Naquela época, ao contrário do que ocorreu nos últimos meses, ninguém cochilava acompanhando as sessões. Dantas e Marinho, dois temperamentos explosivos (e dois bicudos não se beijam), por inúmeras vezes extrapolaram o debate e entraram em arengas extravagantes. Todavia, é preferível um legislativo que peque por excesso que por falta, num silêncio constrangedor.

Empresário, poeta popular, autor e ator, o papel que mais parece cair bem a João Dantas é mesmo o de político da oposição. Se tem gente que não sabe viver fora da situação, e vive pulando de galho em galho para estar junto ao poder, Dantas devia fazer o contrário: quando, estando no parlamento, tiver um aliado no executivo, deveria romper e ir para o grupo oposicionista.

Afinal, que “graça” teria João na situação? Um papel que ele desempenhou quanto foi eleito vereador pela primeira vez, em 1982, então no PMDB, mesmo partido do prefeito Ronaldo Cunha Lima. João Dantas voltou à Câmara em 2005, já pelo PTN. Nas eleições de 2008, foi o sexto vereador mais votado, mas, mesmo assim, não se elegeu, ficando como primeiro suplente da coligação “Por Amor a Campina”.

Na semana passada, o ex-prefeito Félix Araújo, filho do patrono da Câmara, exaltou o retorno do petenista à Casa: “Esta legislatura, com você presente, começa a contar uma nova história. O patrono deve estar muito feliz”.

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