
Na ocasião, o vereador Tovar Correia Lima (PSDB) reclamou e pôs em dúvida a isenção do relator. “Joaquim Barbosa? Antidemocrático. Como Sarney tem influência nesse país; botou a mão no STF para garantir mais um do PMDB”, escreveu em seu microblog. Conforme comentamos em outra ocasião, há quem, de fato, creia que Barbosa, lembrando o episódio da renúncia de Ronaldo Cunha Lima que tanto o irritou, vá enfim descontar sua ira sobre Cássio. Isso seria tão mesquinho que soa totalmente inverossímil, mesmo sabendo nós que os ministros também estão sujeitos às paixões humanas.
De qualquer modo, é evidente que o parecer do relator deve ser contra o recurso interposto pela defesa do ex-governador para liberação do seu registro. Posição que, no entanto, deve estar (espera-se) respaldada por suas concepções jurídicas pessoais, nunca em vis sentimentos de desforra.
Ontem, Joaquim negou provimento à ação cautelar que pedia a posse de Cássio. Em seu despacho, lembrou que seguia a decisão do presidente do Supremo, Cézar Pelluso, que rejeitou um pedido de liminar para que o tucano assumisse, no último dia primeiro, a cadeira de senador. Mesmo assim, veio a grita dos cassistas, repetidamente pondo em xeque a imparcialidade do julgamento de Barbosa. Até a definição desse caso, quando o relator apresentar seu parecer e o plenário resolver se o acompanha ou não, teremos um julgamento duplo: Joaquim Barbosa julga o processo de Cássio, e os cassistas julgam a conduta de Joaquim Barbosa.
2 Comentários
Infelizmente a paixão na política supera a razão.