
“Esse homem (Ronaldo) usou de todas as chicanas processuais durante quatorze anos para fugir do julgamento. O ato dele é um escárnio para com a Justiça em geral e para com o Supremo em particular. Ele tem direito de renunciar, todavia é evidente a segunda intenção. O que ele fez foi impedir que a Justiça funcionasse”, atacou. Joaquim também ganhou as páginas de todos os jornais quando, em 2009, num bate boca com o então presidente do STF, Gilmar Mendes, o acusou de “estar destruindo a credibilidade da justiça”, e completou: “Vossa excelência, quando se dirigir a mim, não está falando com um dos seus capangas do Mato Grosso”.
No ano passado, o ministro viu sua imagem se desgastar quando, estando de licença médica, foi fotografado em bares e festas. Além disso, Barbosa é apontado como o “emperrador” de processos no Supremo. Exatamente por isso, mais que por suas posições firmes e contundentes, tornou-se o terror daqueles que apresentam recursos na Suprema Corte. Deve ser isso que está preocupando mais o ex-governador Cássio Cunha Lima. Quando seu recurso receberá o parecer do relator?
O atual presidente do STF, Cezar Peluso, ao indeferir o pedido de liminar da defesa do tucano para que ele fosse empossado no Senado, argumentou que, como o tempo de mandato de senador é muito largo, não haveria prejuízo relevante caso, depois, Wilson Santiago tenha que devolver a cadeira a Cássio. Tese controversa. Pensar que Joaquim Barbosa nutra sentimentos de vingança contra os Cunha Lima só pode ser exagero. Com ele, o problema é que até os mais poderosos descobrem o quanto é lenta a justiça nesse país.
.
Coluna de domingo no Diário da Borborema
1 Comentários