OPINIÃO: CRISE NA BANCADA

Já no início da noite da última sexta-feira, horas após a misteriosa ausência dos três principais nomes da bancada de situação na sessão extraordinária em que seria votado o projeto de reforma administrativa enviado em regime de urgência urgentíssima à Câmara pelo executivo, a história começou a ser esclarecida. Sem Olímpio Oliveira, Fernando Carvalho (PMDB) e Antônio Pereira (PSB), o “trio de aço” do prefeito Veneziano no legislativo, o Projeto de Lei Complementar não pôde ser apreciado.

Segundo fontes da Câmara, a falta dos três vereadores, que estão entre a minoria mais atuante e competente do parlamento municipal, seria um recado ao prefeito. Olímpio, Carvalho e Pereira estariam irritados por considerarem que Veneziano vem dispensando tratamento privilegiado aos neo-governistas Marcos Raia (PDT), Alcides Cavalcanti (PRP) e Rodolfo Rodrigues (PR). Os novatos estariam recebendo como “prêmio” pela adesão vários benefícios, como a nomeação de indicados para cargos no executivo.

Se foi esse o motivo do boicote dos líderes governistas à votação da reforma, eles mesmos evitaram se pronunciar. Embora sempre acessíveis, Olímpio, Carvalho e Pereira preferiram o silêncio. O silêncio dos que consentem. Ademais, figuras ligadas ao prefeito confirmaram a informação. Veneziano estaria irritadíssimo – e não era de se esperar outra coisa – com o gesto dos aliados.

Há quem use o termo “rebeldia”, que, no entanto, nem de longe é a expressão apropriada para o caso, tendo em vista que o poder legislativo, mesmo na própria bancada de situação, não é – ou pelo menos não deveria ser – subordinado ao poder executivo. Esta é uma relação de diálogo e respeito mútuos, e parece óbvio que o diálogo entre os dois lados dessa história não tem sido dos mais fluentes. Sobre a natureza da reclamação do “trio de aço”, as já mencionadas figuras ligadas ao prefeito asseguram que é um choro totalmente injusto: Veneziano sempre tratou Olímpio, Carvalho e Pereira com as maiores deferências – garantem.

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