O SILÊNCIO DOS ALIADOS

Depois de adotar medidas amargas e impopulares, como a demissão de não concursados, o governador Ricardo Coutinho passou a ser duramente atacado pela oposição. O bombardeio vem das câmaras municipais, das prefeituras adversárias, da Assembleia Legislativa, da Câmara Federal, dos senadores... E a defesa? Quem tem se posicionado na defesa do governo nestes segmentos? Aparentemente, ninguém. Procura-se um deputado governista que advogue as ações de Ricardo – procura-se uma agulha num palheiro.

Deve ficar a cargo do demista Lindolfo Pires, novo líder do governo na Assembleia, a árdua missão de assumir esse papel. Mas, na próxima quarta-feira, quando o parlamento estadual discutirá a demissão dos não concursados, a oposição vai atacar sem nenhuma piedade o governador, explorando o fato político até a última gota. E vai mesmo sobrar para seus secretários o trabalho de defendê-lo, sem que estes possam contar com a efetiva colaboração da bancada do governo.

Um exemplo dessa realidade pôde ser visto na última quinta-feira. Na Câmara Federal, o deputado Hugo Motta foi à tribuna e bateu no governo Ricardo. “O sentimento que se encontra na Paraíba é de medo, de receio de um governo que foi eleito no último pleito para comandar os destinos da Paraíba e que, infelizmente, inicia o governo com um terrorismo jamais visto no estado. Não acredito que o estado possa crescer se ele não tiver um governante comprometido, acima de tudo, com seu povo e com o desenvolvimento”, criticou.

Logo em seguida à fala de Hugo, subiu à tribuna Efraim Filho, do DEM, naturalmente criando a expectativa de que apresentaria uma réplica às declarações do peemedebista, sobretudo porque começou seu discurso dizendo se colocar ao lado dos concursados. No entanto, o tema abordado por Efraim foi, na verdade, as medidas de contingenciamento adotadas pela presidente Dilma Rousseff. Sobre as medidas adotadas pelo governo estadual, nenhuma palavra.

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