OPINIÃO: O ROMBO NO ESTADO

Apesar de todas as medidas adotadas para conter gastos, a maioria delas impopulares (como a demissão de não concursados), pelo que se viu e ouviu ontem na reunião do governador Ricardo Coutinho com a comissão interpoderes, vai ser necessário arrochar mais ainda o cinto. Durante o encontro, o governador e seus auxiliares revelaram que o quadro financeiro do estado se mantém crítico, havendo uma dívida total superior a R$ 1,3 bilhão.

Segundo a secretária de finanças, Aracilba Rocha, só a dívida da Cagepa é da ordem de R$ 340 milhões, e seria originária principalmente de empréstimos adquiridos em pequenos bancos. Para piorar, Aracilba afirmou que a negociação junto a estas instituições tende a ser improdutiva, o que acabará degenerando invariavelmente para o pagamento de juros exorbitantes. Seria importante explicar-se ao povo paraibano como a Cagepa, que tem a exclusividade do serviço de abastecimento, pode conseguir chegar a um estado de endividamento destes.

Diante de tal quadro, a reunião interpoderes foi uma conclamação para que todos os setores participem do “arrocho”. Presentes, o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo; o novo presidente do Tribunal de Contas do Estado, Fernando Catão; o procurador-geral de Justiça, Oswaldo Trigueiro; e o presidente eleito do Tribunal de Justiça, Abraham Lincoln. E todos se mostraram dispostos a colaborar com a “economia de guerra” proposta pelo governador.

Tanto que foi anunciada a redução no repasse do duodécimo – e ninguém parece ter discordado. Outro ponto importante da reunião foi a explicação de Ricardo Coutinho sobre as regras para o pagamento das “gratificações por atividades especiais” – “GAE’s”. Segundo Ricardo, quem tem salário de R$ 1 mil, terá mantida a GAE até R$ 500. Acima disso, a GAE será reduzida para R$ 500. A partir desse limite, os casos serão revistos. Nesse ponto, o importante, conforme o governador, é que servidores que ganham menos estão tendo suas gratificações mantidas.

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