OPINIÃO: FUMAÇAS DE 2012

Embora ainda estejamos a mais de um ano e meio de distância das eleições municipais de 2012, faltando, portanto, muita água a rolar sob a ponte, muita controvérsia de bastidor a aparecer e tantas novelas partidárias a se desenrolar, vários nomes já se apresentam ou são apresentados como candidatos a candidatos à prefeitura de Campina Grande.

Numa relação breve, podemos mencionar alguns: o atual vice-prefeito, José Luiz Júnior (PSC); o vereador Fernando Carvalho (PMDB); o presidente da Câmara Municipal, Nelson Gomes Filho (PRP); a deputada estadual eleita Daniella Ribeiro (PP); o deputado estadual reeleito Guilherme Almeida (PSC); o deputado federal eleito Romero Rodrigues (PSDB). Há, ainda, os candidatos dos pequenos partidos, como o PSOL; a tese evanescente de que o ex-secretário Alexandre Almeida (PT) pode ser candidato (com apoio da família Vital do Rêgo); além, claro, da defesa de alguns cassistas apaixonados da candidatura do jovem Diogo Cunha Lima.

Ante o cenário atual e aos muitos nomes de agora, o que se pode conjecturar é que são fortes as possibilidades de se efetivarem as candidaturas de Guilherme Almeida, Daniella Ribeiro e Fernando Carvalho. Daniella e Guilherme podem, inclusive, firmar um pacto de apoio na hipótese de um dos dois passar para o segundo turno. Sobre Carvalho, a tendência é que seja candidato fora do PMDB, embora figure como o melhor nome do partido atualmente.

A tese de Alexandre Almeida como favorito de Veneziano parece inverossímil – o prefeito e seu irmão, Vitalzinho, ainda não contam com uma definição mais nítida sobre um possível sucessor. No lado oposto, Romero Rodrigues tem tudo para ser o candidato do PSDB. Ademais, embora os próximos meses venham a reduzir o número de pré-candidatos, devemos chegar a outubro de 2012 com um número recorde de candidatos. Isso ocorre porque, a peso de hoje, não há um grande nome a polarizar as atenções (e os interesses) dos grupos políticos.

Aliados

Vários partidos que em 2008 formaram a coligação “Amor Sincero por Campina”, do prefeito Veneziano Vital do Rêgo podem não estar com seu candidato a sucessor. Na lista estão: PSB, PSDC, PPS, PT do B e PSL. Alguns são da base do prefeito na Câmara.

As razões

Ex-parceiros, PMDB e PSB tornaram-se água e óleo na Paraíba; o PSDC e o PPS estão agora no raio de influência de Rômulo Gouveia e Cássio Cunha Lima; já o presidente do PT do B, deputado estadual eleito Genival Matias, aliou-se a Ricardo Coutinho; mesmo caso do presidente do PSL, o também deputado estadual eleito Tião Gomes.

Ideia fixa

A tese da candidatura de Diogo Cunha Lima, embora descartada pelo pai, Cássio, há algumas semanas, não deixa de ser discutida por alguns aliados tucanos. Entretanto, a hipótese enfrenta forte (e justificada) oposição também de aliados do ex-governador.

Teorias

Há quem acredite que Cássio guarda a candidatura de Diogo como uma carta na manga, para o caso de ser definitivamente impugnado pelo STF. Essa hipótese é defendida por “chegados” do grupo Cunha Lima. Mas, parece mais apaixonada que sensata. Afinal, seria colocar todo o partido a serviço do ex-governador e desprezar seus quadros.

Faz tempo

A última vez que Campina Grande teve uma eleição com mais de dois candidatos efetivamente na disputa pela prefeitura foi em 1976, época do regime militar, bipartidarismo (Arena x MDB) e voto de legenda. Desde então, a briga é sempre um duelo.

Como foi

Naquele ano, concorreram: Enivaldo Ribeiro (o eleito), Ivandro Cunha Lima, Orlando Almeida, Juracy Palhano e Ermírio Leite – este último ficou como “cacareco”. Os demais, tiveram votações próximas: 19.972, 15.563, 10.798 e 9.895, respectivamente.

Coincidência

2012, que promete uma disputa maior, pode contar com sucessores de três dos candidatos de 1976. Daniella Ribeiro, filha de Enivaldo; Diogo Cunha Lima (improvável, mas não impossível), sobrinho-neto de Ivandro; Guilherme Almeida, filho de Orlando.

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Publicado no Diário Político, do Diário da Borborema deste domingo

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