OPINIÃO: BRIGA NA PARAÍBA, PAZ EM BRASÍLIA

O deputado estadual em fim de mandato Romero Rodrigues, que na próxima terça-feira passa a ser deputado federal, garante acreditar que a discórdia dentro de seu partido, o PSDB, que rachou de cima a baixo durante o último pleito, ainda pode ser resolvida. Para Romero, tudo é uma questão de diálogo.

“Apesar dos embates e dos problemas que foram evidenciados nas eleições de 2010, temos um bom relacionamento dentro do PSDB, e precisamos compreender que há diferenças internas no partido. Aliás, o partido se torna muito menor quando não há divergência. Por outro lado, cresce, consolida-se, amplia-se com as divergências internas, desde que todas sejam devidamente discutidas e amadurecidas”, pondera.

Na primeira semana do ano, o vice-governador Rômulo Gouveia, tucano de alta plumagem (ou de bico grande, como queiram), voltou a bater de frente com o senador Cícero Lucena, presidente do PSDB, ao anunciar seu apoio à reeleição do prefeito da Capital, Luciano Agra (PSB).

Como Cícero projeta ser candidato a prefeito de João Pessoa mais uma vez, o anúncio de Rômulo foi recebido como uma provocação pelo senador e seus aliados, tanto que o ainda deputado estadual Fabiano Lucena, sobrinho de Cícero, tratou de desqualificar o discurso e a posição do vice-governador, dizendo que ele é “só um bandeirinha”, logo, não apita, não decide nada.

No meio desse fogo cruzado, o ex-governador Cássio Cunha Lima, mais preocupado com o que chama de calvário na Justiça, manteve um discurso de conciliação, mesmo que seja preciso acabar se batendo com Cícero Lucena pela presidência do PSDB. Para quem ver de fora, desse ninho não sai acordo.

Mas, Romero Rodrigues revela um fato que pode corroborar a aparentemente improvável tese pacificadora. “A gente observa que, aqui na Paraíba, muitas vezes existe algum tipo de divergência e, quando chega em Brasília, é todo mundo almoçando, jantando junto, conversando com muita naturalidade”, contou.

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