OPINIÃO: O SECRETÁRIO EFRAIM

O senador não reeleito Efraim Morais negava, mas, como em jura de político e traseira de burro ninguém confia, ele já havia definido com o governador eleito Ricardo Coutinho que seria o secretário de infraestrutura do Estado. Ontem, veio a confirmação. Ora, e por que o demista não estaria na lista de secretários do novo governo? É engenheiro civil, logo, enquadra-se tanto no perfil político quanto no perfil técnico para o cargo; foi um dos primeiros aliados de Ricardo no processo eleitoral; e, por fim, depois de 28 anos exercendo cargos eletivos, a partir de 01 de fevereiro, será um PSM – político sem mandato.

Há oito anos, Efraim foi eleito para a Câmara Alta do Congresso na condição de um grande azarão. Superou dois ex-governadores Wilson Braga (então seu correligionário) e Tarcísio de Miranda Burity (PMDB), conquistando a segunda vaga – a primeira, vocês lembram, ficou com José Maranhão. O resultado provocou a ira de Braga, que saiu gritando aos quatro ventos ter sido traído por seu pupilo. Oito anos depois, Efraim passou a ser naturalmente um dos favoritos, mas saiu da condição de azarão para a de azarado e, em meio a uma onda de denúncias envolvendo sua atuação em Brasília, viu-se ficar apenas na quarta colocação do pleito, a última entre os principais candidatos.

Está certo que ainda há a tese de que ele integrava a lista negra do Planalto, que teria trabalhado fortemente para impedir a reeleição de figuras consideradas inimigos chaves, caso, por exemplo, dos piauienses Mão Santa (PSC) e Heráclito Fortes (DEM), do cearense Tasso Jereissati (PSDB), do amazonense Artur Virgílio (PSDB) e do democrata paraibano. Mas, de qualquer jeito, o desempenho de Efraim na eleição de 03 de outubro foi pífio. Sendo assim, mesmo que a Secretaria de Infraestrutura não tenha o glamour do Senado Federal, é o posto em que o demista poderá dedicar-se nos próximos anos, enquanto tenta organizar as estratégias para futuras eleições. A volta ao Senado, porém, parece um horizonte longínquo demais.

1 Comentários

Aderaldo Luciano disse…
Não morro de amores por Efraim. Notícia do Congresso em Foco de hoje faz um balanço do que será a casa sem esses que não foram reeleitos. Efraim aparece como o senador com mais servidores ao seu dispor, tudo pago com o erário, 52 dos quais sediados na Paraíba. Esperamos que na secretaria, embora eu não acredite em remissão, não jogue contra Ricardo contratando assessores num estado quebrado como o próprio Ricardo já anunciou.