OPINIÃO: O FREI FEZ QUE NÃO OUVIA

O deputado estadual eleito Frei Anastácio, do PT, terá de enfrentar uma dor de cabeça nos próximos meses. Anastácio, cujo nome verdadeiro é Antônio Ribeiro, responderá a ação de improbidade administrativa impetrada pelo Ministério Público Federal campinense porque, quando era superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (o famoso Incra), teria se recusado a prestar esclarecimentos requeridos pelo órgão sobre um processo envolvendo invasões de terras na região do Município de Esperança.

Segundo a assessoria do Ministério Público, vários ofícios cobrando as informações foram expedidos ao então superintendente que, no entanto, teria manifestado “descaso em responder aos questionamentos”. Segundo o MPF, em setembro de 2008, após receber e ignorar vários ofícios requerendo as informações, Frei Anastácio teria pedido um prazo de sessenta dias para entregar um relatório final com a apuração das invasões, o que, entretanto, não aconteceu.

O Frei deixou o cargo no Incra em março deste ano, preparando-se para a disputa de uma vaga na Assembleia Legislativa, já que em 2006 ele havia ficado na condição de suplente. Após sua saída, o Ministério Público Federal requereu ao superintendente que o substituiu os esclarecimentos que vinham sendo negados por Anastácio, no que foi prontamente atendido. Para o MPF, o petista engavetou o procedimento que deveria investigar as invasões de terras denunciadas.

“De acordo com a ação, o descaso de Frei Anastácio em responder os questionamentos comprova que o Incra não tomou qualquer providência sobre as invasões. Não é demais lembrar que Frei Anastácio possui ligações próximas com os movimentos sociais, especialmente o MST, que era exatamente apontado como autor das invasões não apuradas no procedimento instaurado pelo Incra”, diz o MPF. Desta vez o frei não terá como ignorar a voz do Ministério Público, respondendo na Justiça Federal por improbidade administrativa.

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