OPINIÃO: A FILA É GRANDE

O julgamento do recurso do ex-governador Cássio Cunha Lima contra a impugnação do seu registro pelo Tribunal Regional Eleitoral, que o enquadrou na Lei da Ficha Limpa, vai entrar na fila de espera do Supremo Tribunal Federal. E eis uma fila que consegue superar às temidas filas bancárias, não tanto em extensão, mas em lerdeza.

O recurso de Cássio será o 17º envolvendo impugnação por Ficha Limpa a desembarcar no STF e, até agora, apenas dois foram apreciados pela suprema corte: o do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), que tentava voltar ao cargo e acabou desistindo, e o do ex-deputado Jáder Barbalho (PMDB-PA), eleito senador.

A diplomação dos eleitos acontece no próximo dia 17 e a posse no Congresso Federal, no dia primeiro de fevereiro. Ou seja, a continuar nessa passada, o peemedebista Wilson Santiago deve assumir uma das vagas da Paraíba na Câmara Alta, ao lado de Vital do Rêgo Filho e, depois – sabe-se lá quando – se o recurso do ex-governador for acatado, Wilson será “cassado”.

A insólita circunstância mantém a eleição na Paraíba aberta (cena que se repete em quase todo o País) e centenas de milhares de votos congelados, sub judice. Só do que amealhou Cássio Cunha Lima em sua candidatura ao Senado, são mais de um milhão de votos que poderão ser anulados.

Além disso, três deputados estaduais que receberam votações suficientes para elegerem-se ainda dependem de recursos nas cortes supremas para garantirem entrada na Casa de Epitácio Pessoa: Márcio Roberto (PMDB), que recebeu 24.880 sufrágios, e Osvaldo Venâncio, o Bado (PSL), que totalizou 17.746 votos, foram impugnados porque tiveram contas reprovadas.

Já Dinaldo Wanderley (PSDB), que obteve 26.822 votos, teve o registro liberado pelo TRE e o nome proclamado entre os eleitos, mas, um mês depois da eleição, seu registro acabou cassado pelo TSE, que atendeu a recurso do Ministério Público Eleitoral. Os três, no entanto, ainda esperam a vez de entrar na fila.

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