
Na agenda do primeiro dia das audiências constavam os secretários Cassiano Pascoal (chefe de Gabinete do Prefeito), Robson Dutra (Assistência Social), Rossandro Agra (Assuntos Jurídicos) e Fábio Thoma (procurador-geral).
Sem nenhum demérito para os envolvidos com a discussão anual do orçamento, quem já acompanha durante algum tempo essas audiências públicas costuma ter sérias dúvidas quanto aos efeitos práticos desses debates sobre a aplicação dos recursos municipais.
A presidente da Comissão de Orçamento, Daniella Ribeiro, parece ter notado no ar esse pensamento. “É bom que se diga que, mesmo sendo uma peça onde estima-se a receita e fixa-se as despesas e em que há, evidentemente, as nuances para que nem tudo aquilo que está escrito seja realizado, estamos aqui para discutir, se não vai ser realizado, o porquê disso e as mudanças que poderão acontecer”, ponderou.
A vereadora foi além. “Se não crêssemos na importância desse trabalho, estaríamos fazendo teatro, iríamos para casa fazendo de conta que estávamos aqui discutindo algo que (na verdade) não teria sentido. Mas, estamos dedicando uma tarde e uma noite de nossas vidas para que a coisa aconteça, e se não está acontecendo, para saber o motivo pelo qual elas não acontecem”, afirmou.
Um dos presentes sugeriu um trabalho de capacitação dos delegados do orçamento. Talvez essa e outras medidas sejam de fato necessárias para maximizar os efeitos das discussões, que não podem mesmo acabar reduzidas a uma liturgia anual vazia e sem resultados práticos.
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Publicado no Diário da Borborema desta quarta-feira
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