
Desde 2009, depois que as cortes supremas do País defenestraram o ex-governador Cássio Cunha Lima do Palácio da Redenção, vivemos o advento de um extemporâneo clima de disputa que se sobrepôs, e muito, ao normal processo de marchas e contramarchas comuns à entressafra eleitoral. Mas, ainda antes disso, logo após a apuração das urnas em 2008, prefeitos eleitos – como Veneziano Vital do Rêgo e Ricardo Coutinho – já eram ouvidos como futuros candidatos.
Essa foi uma eleição histórica não apenas porque qualquer eleição já merece um lugar na história. 2010 vai além. Pelo seu acirramento exagerado, pelos lances duvidosos, pelo ambiente de vale tudo que se viu, como nunca antes, o pleito deste ano se sobressai. Mas, ele também se destaca pelas voltas e reviravoltas, pela surpresa que foi o primeiro turno, pela indefinição até a última hora.
Em 2010, o eleitor deixou políticos de queixo caído, lançou pesquisas no pleno descrédito, fez gorar previsões de sábios e gurus eleitorais. Essa foi uma eleição sem scripts, sem enredo pré-elaborado. Foi uma eleição que, para bem ou para mal, deixará profundas lições para o futuro.
A grande lição, entretanto, de certo a maior de todas, foi dada justamente pelo eleitor, personagem soberano do processo democrático. O povo mostrou-se de uma independência surpreendente, sobretudo se levarmos em conta que todas as ações do Governo do Estado, implementadas principalmente nos últimos dias, nem de longe atingiram os efeitos esperados.
Os paraibanos também deixaram um aviso claro para todos, perdedores e vencedores: nossa gente quer eleições mais propositivas e menos beligerantes, não admite mais que o processo eleitoral se transforme numa guerra, num jogo de vale tudo. Parabéns a Ricardo Coutinho. Parabéns, sobretudo, aos paraibanos.
Diário Político deste 01 de novembro, no Diário da Borborema
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