OPINIÃO - CAMPINA: VONTADE PRÓPRIA

Adversários do prefeito Veneziano Vital e do deputado federal e senador eleito Vital Filho aproveitaram a derrota do governador José Maranhão nestas eleições, nos dois turnos, por diferenças substanciais nas urnas campinenses, para lançar dúvida sobre a liderança política dos irmãos na cidade. No primeiro turno, alguns aliados de Veneziano e Vitalzinho imaginaram que eles não puderam contribuir mais por estarem empenhados na disputa pelo Senado e pela cadeira na Câmara Federal para Nilda Gondim.

O que levava a crer que, no segundo tempo da eleição, focados em apoiar o candidato aliado, o prejuízo de Maranhão em Campina poderia ser razoavelmente reduzido. Para muitos, a diminuição desse prejuízo em apenas 10% ficou aquém das expectativas, mas, apesar de ser natural a troça dos adversários de Veneziano e Vitalzinho, não dá para atribuir aos dois o mau resultado de Maranhão, que tem uma pesada rejeição na cidade – e reverter rejeição não é tarefa das mais fáceis.

Essa realidade foi complicada pela estratégia equivocada da campanha do peemedebista, volta e meia fustigando Cássio Cunha Lima, quando seu adversário era, na verdade, Ricardo Coutinho. Cássio goza de enorme popularidade na Serra, e as críticas fora de hora e lugar de Maranhão o jogavam contra eleitores do ex-governador.

Nem todo o empenho de Veneziano e Vitalzinho poderia reverter essa situação, até porque líder político algum tem a força de conduzir massivamente o voto dos campinenses – o próprio Cássio não o conseguiu em 2004 e 2008. O fato de Vitalzinho ter ficado atrás de Efraim Morais na votação para o Senado na cidade, isto sim deve ser um alerta aos irmãos Vital do Rêgo, que resolveram arriscar numa dupla candidatura, Senado e Câmara Federal. Risco elevado.

Ambos são, evidentemente, líderes de peso na Rainha da Borborema e em toda a Paraíba. Entretanto, Vitalzinho, Veneziano, Cássio e todos devem saber que Campina Grande é uma cidade que tem vontade própria.

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