ELEIÇÃO E A TEORIA DO CAOS

Todos conhecem a chamada teoria do caos e seu efeito borboleta: o simples bater de asas de uma borboleta num extremo do globo pode provocar um tufão, dias depois, no outro extremo. Pois bem. Nos campos da física e da matemática, não sei qual a dimensão da perspicácia da teoria, mas, no jogo eleitoral, todos os processos estão profundamente interligados e todos os acontecimentos têm efeito direto sobre acontecimentos futuros.

O resultado de um pleito potencializa e encaminha as marchas e contramarchas que definirão o pleito seguinte. O efeito borboleta na política: o simples voto de um eleitor pode provocar um tufão, tempos depois, noutra eleição.

Em 2008, o agora governador eleito Ricardo Coutinho emergiu das urnas de João Pessoa como nome certo para a disputa deste ano. Vencendo no segundo turno de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo consolidou-se para entrar na disputa, o que só não ocorreu por conta da assunção de José Maranhão ao Governo do Estado – parece que a teoria do caos fez com que a distribuição dos cheques da FAC, em 2006, tirasse Cássio Cunha Lima do governo, em 2009.

Aliás, foi um tremendo tufão político nesta nossa velha Paraíba. Assim como em 2008, mal terminou a eleição deste ano, e os exércitos partidários já buscam o realinhamento com vistas às disputas de 2012.

Contudo, embora desde já todos procurem prever como esse realinhamento disporá finalmente o jogo daqui a pouco mais de um ano e meio (como é curto o interregno eleitoral!) por ora todas as conjecturas estão sob o efeito dos primeiros ventos do bater das asas da borboleta nestas eleições.

E dentro desse contexto, podemos apurar indícios de que, em Campina, a próxima disputa pela prefeitura tem alguma possibilidade de fugir da mera bipolarização eleitoral. A eleição de Ricardo pode redundar na quebrar do paradigma PSDB/PMDB, mantido por aqui nos últimos tempos. Há outros nomes e partidos sonhando em voar nesses ventos que se iniciam agora.

O PT e o PMDB

O presidente do PT em Campina e secretário de confiança do prefeito Veneziano Vital do Rêgo, Alexandre Almeida, é apontado como figura com forte cotação para suceder o peemedebista em 2012. Uma tese sem fundamento, só para agradar o PT.

Candidato próprio

Para Veneziano e suas pretensões políticas – e para o próprio PMDB – não ter um nome do próprio partido para a sucessão, após oito anos de governo, seria um fiasco. O vereador Fernando Carvalho, dono da terceira maior votação para deputado federal em Campina, quer ser candidato e espera contar com o apoio do PMDB – e de Veneziano.

O tucano

Do lado oposicionista, o nome atualmente mais cotado para a disputa em 2012 é o do deputado estadual, eleito deputado federal, Romero Rodrigues, do PSDB. Romero recebeu a maior votação para a Câmara dos Deputados em Campina Grande.

Brasília é longe

Por conta da pretensão de Romero de ser candidato a prefeito (com o suporte do dividido PSDB), há a expectativa de que o tucano, ao invés de cumprir seu mandato em Brasília, fique na Paraíba, à frente de uma das secretarias do Governo do Estado. Distanciar-se da Paraíba, e sobretudo de Campina Grande, não seria uma boa estratégia.

Uma candidata

Vereadora e deputada estadual eleita, Daniella Ribeiro (PP) é outro provável nome para 2012. Se conseguir levantar os necessários recursos para a campanha, deverá ser candidata.

Falando nela

Há quem acredite que Daniella Ribeiro poderia ser a candidata do prefeito Veneziano. Hipótese que, até pelos motivos já ponderados do PMDB e de Veneziano, é improvável.

Ele também

Mesmo caso do deputado estadual reeleito Guilherme Almeida, que, dentre os nomes que não são do PMDB, é quem teria mais chances de receber o apoio de Veneziano.

Pernas próprias

Guilherme entende que, mesmo que não venha a contar com o apoio oficial do prefeito, deve entrar na disputa. Assim como Daniella Ribeiro, se tiver recursos, entra mesmo.

Publicado no Diário Político, do Diário da Borborema deste domingo

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