QUINTO SEGUNDO TURNO

Neste domingo, pela quinta vez na história os paraibanos escolherão o governador do Estado em um segundo turno. Antes, já havia sido assim em 1990, 1994, 2002 e 2006. Ora, tendo em vista que o sistema de segundo turno só foi instituído no Brasil pela Constituição Federal de 1988, temos no fato mais uma forte evidência da dureza que tradicionalmente é o processo eleitoral na Paraíba.

Basta perceber que, desde então, apenas em 1998 o pleito resolveu-se em turno único, quando José Maranhão venceu Gilvan Freire – e todos sabem que naquele ano a “verdadeira” disputa ocorreu mesmo foi nas convenções do PMDB, entre Ronaldo Cunha Lima e Maranhão.

A primeira eleição definida no segundo turno, em 1990, registrou uma virada. Wilson Braga bateu Ronaldo Cunha Lima no primeiro “tempo” da disputa, por uma diferença de pouco mais de 16 mil votos (ou 3,1%) – 498.763 votos, contra 462.562. No turno decisivo, Cunha Lima inverteu o jogo, vencendo por larga margem de 10,3% – 704.375 votos a 571.802.

Foi a única virada. Nos três pleitos seguintes, quem venceu no primeiro turno, venceu também no segundo. Mas, sem moleza. Em 1994, Antônio Mariz superou Lúcia Braga na primeira parte da disputa: 525.395 votos a 489.066 (3,2%). Na fase final, Mariz ampliou a vantagem: 781.349 votos, contra 558.987.

Já em 2002, Cássio Cunha Lima venceu Roberto Paulino no primeiro turno por uma diferença de 7,3%: 752.297 sufrágios, contra 637.239. No segundo, a diferença foi bem mais apertada, ficando em 2,7%: 889.922 votos para Cássio, contra 843.127, de Paulino.

Por fim, em 2006 Cássio superou José Maranhão no primeiro tempo da corrida por uma vantagem de apenas 0,9%, ou 943.922 votos contra 926.272. No segundo turno, Cássio aumentou a diferença para 2,7%: foram 1.003.102 sufrágios, contra 950.269 de Maranhão. Aquele eleição, contudo, acabaria indo parar no “terceiro turno”, a Justiça, onde José Maranhão conseguiria a cassação de Cássio Cunha Lima.

Publicado no Diário da Borborema deste sábado

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