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A prática nefasta é velha. Assessores e cabos eleitorais de candidatos assediam eleitores para propor a sórdida negociação: voto em troca de dinheiro. Na verdade, míseros trocados. Algumas vezes, ao invés do dinheiro, são óculos, cimento, consultas, enxoval de bebês... A oferta se dá sem muitos rodeios.
Os intermediários acercam-se de pessoas conhecidas, que sabem serem suscetíveis à negociação, preferencialmente mães ou pais de família que, além do próprio voto, negociam em nome dos filhos. Uma vez acertado o preço, são requeridas, por parte do comprador, fotocópias dos títulos eleitorais das pessoas arroladas na transação. O pagamento se da às vésperas da votação.
A despeito das muitas campanhas de conscientização e do cerco anunciado pela Justiça Eleitoral e Polícia Federal, essa negociata segue acontecendo a plenos vapores nas eleições deste ano. Na semana passada, ouvimos relatos de alguns casos envolvendo candidatos de Campina Grande, cujos intermediários negociam a compra de eleitores ao preço de ínfimos R$ 20 por cabeça.
A cópia do título de eleitor tem dois intuitos. Primeiramente, garantir que o eleitor comprado esteja de fato em condições legais de votar. E, além disso, fica a ameaça: sabendo em que zona e seção a pessoa vota, dá para saber – dizem – se ela cumpriu realmente com sua parte no trato.
Embora a história de que dá para saber em quem se vota seja um engodo, há um estratagema usado nestes casos que acaba funcionando. Ocorre que, como é possível saber a votação dos candidatos em cada urna, fica a ameaça: se o candidato a quem o eleitor se vendeu não receber nenhum voto naquela seção, ficará descoberto que ele (o eleitor) não cumpriu sua “obrigação”.
A ameaça acaba funcionando. Mas, essa exigência das fotocópias de títulos pode ser a prova material de que a polícia e a justiça precisam para determinar o envolvimento de candidatos na prática da compra de sufrágios. Até porque os tais intermediários andam por aí, despreocupadamente.
Publicado no Diário da Borborema de 14 de setembro
Os intermediários acercam-se de pessoas conhecidas, que sabem serem suscetíveis à negociação, preferencialmente mães ou pais de família que, além do próprio voto, negociam em nome dos filhos. Uma vez acertado o preço, são requeridas, por parte do comprador, fotocópias dos títulos eleitorais das pessoas arroladas na transação. O pagamento se da às vésperas da votação.
A despeito das muitas campanhas de conscientização e do cerco anunciado pela Justiça Eleitoral e Polícia Federal, essa negociata segue acontecendo a plenos vapores nas eleições deste ano. Na semana passada, ouvimos relatos de alguns casos envolvendo candidatos de Campina Grande, cujos intermediários negociam a compra de eleitores ao preço de ínfimos R$ 20 por cabeça.
A cópia do título de eleitor tem dois intuitos. Primeiramente, garantir que o eleitor comprado esteja de fato em condições legais de votar. E, além disso, fica a ameaça: sabendo em que zona e seção a pessoa vota, dá para saber – dizem – se ela cumpriu realmente com sua parte no trato.
Embora a história de que dá para saber em quem se vota seja um engodo, há um estratagema usado nestes casos que acaba funcionando. Ocorre que, como é possível saber a votação dos candidatos em cada urna, fica a ameaça: se o candidato a quem o eleitor se vendeu não receber nenhum voto naquela seção, ficará descoberto que ele (o eleitor) não cumpriu sua “obrigação”.
A ameaça acaba funcionando. Mas, essa exigência das fotocópias de títulos pode ser a prova material de que a polícia e a justiça precisam para determinar o envolvimento de candidatos na prática da compra de sufrágios. Até porque os tais intermediários andam por aí, despreocupadamente.
Publicado no Diário da Borborema de 14 de setembro
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