SÓ HÁ POBRES

Campanhas milionárias para deputado estadual e, principalmente, para deputado federal, tomam conta da Paraíba. Os gastos oficiais podem não dizer, mas há muitos candidatos com previsões de despesas estratosféricas. Combustível, material gráfico, carro de som e pessoal de apoio formam as despesas básicas para qualquer postulante a um cargo eletivo. Num processo estadual, as contas sobem, afinal, percorrer um Estado como a Paraíba, com 223 municípios, não é coisa para qualquer bolso. As piores despesas, contudo, são aquelas que não são contabilizadas – não oficialmente.

A compra de votos é uma realidade deplorável, mas ainda freqüente no Brasil como um todo. E por aqui não é diferente – a não ser que seja diferente por talvez ser pior. Quem disputa as eleições reclama da compra de votos. A Justiça tenta combater a compra de votos. E a compra de votos continua, como uma praga, uma erva daninha que não se consegue matar, por mais que se combata. Chama a atenção o fato de todo político reclamar do alto custo das campanhas, dos candidatos potentados, dos ricaços que se apoderam do eleitorado por meio de atos ilícitos. Chama a atenção porque todo político reclama, até mesmo aqueles que são potentados e compram eleitores.

No discurso, todo candidato é um pobre, fazendo uma campanha franciscana. Chega a dar pena. No discurso, todo candidato é um moralista político, condenando com veemência a venalidade do processo. Chega a dar esperança. Mas muitos discursos, muitos mesmo, não condizem em nada com a prática. Comprar eleitor no varejo não é difícil e nem tão caro. É quase como banana na feira. Mais custoso é comprar no atacado, comprando prefeitos, vereadores, lideranças políticas, donos de partidos e qualquer indivíduo que tenha ascendência sobre algum grupo. O pior é que todo o investimento vislumbra um lucro. Logo, quem paga para se eleger prevê a vantagem que, eleito, auferirá. Para dano e prejuízo público, ou seja, de todos.

Sem surpresas

O vereador do PDT Marcos Raia estará oficialmente na bancada do prefeito Veneziano Vital do Rêgo na Câmara Municipal, a partir desta semana. Isso era previsto há muito tempo. Assim como Rodolfo Rodrigues (PR). Falta Inácio Falcão (PSDB).

O preferido

O governador José Maranhão não esconde a preferência pelo candidato a senador Wilson Santiago (ambos do PMDB). Na última semana, Maranhão rasgou elogios a Santiago, durante encontro com representantes do setor de construção civil. O governador exaltou o trabalho do deputado federal, e o chamou de “parceiro”.

Pergunta

Teria mesmo o PT lançado a candidatura de Jeová Campos a deputado federal para prejudicar Luiz Couto, como “dizem”? Tal questionamento foi feito ao suplente de vereador em exercício Perón Japiassu, candidato a deputado estadual.

Resposta

“Não! Foi para fazer um deputado que siga as orientações do partido, com quem a gente possa contar”, respondeu Perón. Outra pergunta: Então, não dá para contar com Luiz Couto? A resposta: “Eu, pelo menos, nunca contei. Nunca votei em Luiz Couto até hoje, e não será hoje que vou votar. Tenho minhas particularidades para tanto”.

Apoio eclesiástico

A igreja Verbo da Vida de Campina Grande fechou apoio com o candidato a deputado federal pelo PMDB Fernando Carvalho, após reunião na própria sede da denominação.

Comemorando

O próprio Fernando Carvalho comemorou o acerto: “Foi oficializado ontem em reunião na sede do Ministério Verbo da Vida o apoio daquela instituição a nossa candidatura”.

Assembleia de Deus

Já a maior Assembleia de Deus de Campina Grande deverá ter como candidatos oficiais o Pastor Philemon (PR), a deputado federal, e Jacó Maciel (PDT), a deputado estadual.

Trabalheira

Candidatos do segmento evangélico que não são agraciados com o apoio oficial das denominações reclamam e a Justiça Eleitoral deverá ter trabalho para combater excessos.

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Publicado no Diário da Borborema de 01 de agosto de 2010

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