CAMPANHA DE RICARDO COUTINHO COMEÇA COM PÉSSIMO TRABALHO DE MARKETING, COMANDADO PELO BADALADÍSSIMO DUDA MENDONÇA

Escrevi na coluna Diário Político deste domingo, no Diário da Borborema:

Acompanhando as imagens da convenção do PSB que homologou a candidatura ao Governo do Estado de Ricardo Coutinho, na última quarta-feira, chama a atenção a qualidade duvidosa do material de marketing que pudemos ver. Principalmente a foto do candidato e o slogan. No primeiro caso, a imagem do socialista no imenso banner do palco parecia ter recebido uma pesada intervenção do Photoshop, aquele programa usado para disfarçar as imperfeições das modelos e que, em demasia, deixa uma aparência sobremodo artificial. E mais, Ricardo aparece com um semblante sisudo, nem um sorrisinho, o que só ajuda a perpetrar a história de que é pouco simpático.

Pior ainda foi o slogan: “Um grande salto: a Paraíba precisa”. Hermético, inexpressivo, sem impacto, dúbio. Sendo o slogan uma expressão de efeito, com intuito de transmitir e fixar um conceito, uma mensagem, veja-se o fiasco. O cidadão médio não conseguirá entender o significado da frase; aqueles que entenderem não receberão impacto algum. E ainda pode ensejar o revide por parte do marketing adversário, no contraponto à história do “grande salto”: salto alto, salto no escuro, salto para trás. Além de tudo, portais da internet mostraram que o mesmo slogan foi usado na campanha de 2006 do governador do Ceará, Cid Gomes, também do PSB.

A foto de Ricardo teria sido trabalho do famosíssimo JR Duran, aquele que fotografa as mulheres para uma revista masculina. A campanha será tocada pelo também famosíssimo Duda Mendonça, a quem alguns concorrentes acusam de venda de pacotes de marketing prontos, com mínimas adaptações, além de requentar slogans. Se a coisa seguir assim, ponto desfavorável para o socialista.

Aqui no blog, acrescento:

Sobre Duda Mendonça, o também marqueteiro Chico Santa Rita mostra que ele teria realmente o hábito de requentar estratégias e slogans, citando o exemplo de um slogan que, em várias campanhas em que trabalhou para candidatos que enfrentavam políticos atendidos por Duda, este repetia um certo “Fulano fez, Fulano faz, Fulano vai fazer muito mais”.

Seja como for, é impossível que repetições deste tipo não ocorram, afinal, os “grandes” marqueteiros trabalham em várias campanhas ao mesmo tempo. Eu não diria que Ricardo Coutinho não devesse contratar Duda Mendonça, mas certamente ele teria que contar com (e aceitar) uma equipe que discutisse as estratégias de marketing, para enquadrá-las na realidade política local.

Dentro desse contexto, seria muito mais produtivo, coerente, expressivo e impactante um trabalho em torno daquilo que pudesse mover o sentimento do eleitorado.

Francamente, assim como sabemos que o marketing de Maranhão vai atacar a idoneidade moral de Cássio Cunha Lima e Efraim Morais (classificando-os como os fichas sujas), além de reverberar as obras e realizações dos governos do peemedebista, pensei que seria óbvio o uso, do lado de Ricardo, de ferramentas que mexessem com os brios dos mais de um milhão de eleitores que sufragaram o nome de Cássio nas urnas em 2006 – votos depois anulados pela Justiça, ou, como um bom marketeiro diria, pela ação desrespeitosa de Maranhão, que, segundo diria esse marketeiro, não respeita a soberania popular.

Essa seria apenas uma das boas linhas, ao invés do trágico (só posso definir assim) invencionismo (aliás, repetição) do tal “salto”. Se o marketing pode ajudar a ganhar uma eleição, também ajuda a perdê-la.

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