ARTIGO: 'TERMINA, MAS NÃO ACABA' - E ALGUNS BENS BARATINHOS DECLARADOS PELO SUPLENTE DE CÁSSIO, DECA


Não dá para saber quem vencerá as eleições deste ano, mas uma certeza a gente pode ter: tão logo sejam contabilizadas as urnas e proclamados os resultados, começará nos tribunais o terceiro turno que vem marcando o processo eleitoral na Paraíba. Uma vez que Cássio Cunha Lima (PSDB), eleito em 2006, acabou cassado e defenestrado do Palácio da Redenção, uma vez que Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), reeleito em 2008, foi cassado em decisão monocrática, podendo vir a ser retirado da prefeitura, se assim decidir a Justiça, ninguém mais terá a segurança de que o governador eleito este ano ficará mesmo no cargo até o fim do mandato.

Mal a campanha começou, e já temos uma enxurrada de pedidos de impugnação de candidaturas. Desconsiderando as impugnações impetradas pelo Ministério Público Eleitoral, que não deve conter sentimentos político-partidários, as duas principais coligações, “Paraíba Unida”, do governador e candidato José Maranhão (PMDB), e “Uma nova Paraíba”, de Ricardo Coutinho (PSB), vão atacar-se em duas frentes, uma do marketing e suas ações de campanha, outra jurídica, cada lado buscando decisões desfavoráveis ao opositor. Não é em vão que marketeiro e advogado tornaram-se peças chaves nas eleições, e os escritórios de advocacia engordam os cofres a cada dois anos.

A judicialização das eleições não é necessariamente um fato novo. Antes do pleito de 1960, por exemplo, portanto há meio século, houve batalhas jurídicas para tentar impugnar a candidatura de Pedro Gondim, que acabou mantida – e ele venceu Janduhy Carneiro. Mas nada se compara ao que acontece atualmente. E esse clima de “terminou, mas não acabou” faz-nos sentir num infindável e insuportável ambiente eleitoral. A pobre Paraíba parece viver em campanha! Ninguém é contra a que as pessoas, candidatos e coligações busquem na Justiça aquilo que julgam de direito, mas não do jeito que está. Essa bagunça tem que terminar. Terminar e acabar!

Baratinho I

Observando os dados disponibilizados pelo TSE, chama a atenção o valor atribuído a alguns dos bens constantes da relação de patrimônio do empresário Deca do Atacadão, primeiro suplente de senador do candidato tucano Cássio Cunha Lima.

Baratinho II

Alguns exemplos: 01 casa no bairro dos Ipês, em João Pessoa, adquirida em 1994, com valor informado de R$ 524; 02 quadras de terra no município de Santarém, adquiridas no ano de 2006, medindo 6,6 hectares, com valor informado de R$ 1 mil.

Baratinho III

Outros exemplos na declaração de Deca, segundo dados do TSE: Área rural medindo 05 tarefas (medida agrária de cerca de 3.630m², cada tarefa) em Cajazeiras, adquirida em 1990: R$ 138; 01 lote de terreno em Cajazeiras, adquirido em 1993: R$ 12.

Publicado no Diário da Borborema de 18 de julho

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