SEGUNDO 'A PALAVRA', WILSON SANTIAGO, 'INIMIGO DE CAMPINA' , DISCRIMINA IMPRENSA DA CIDADE, MAS QUER SER SENADOR

Trecho de matéria de A Palavra Online:


INIMIGO DE CAMPINA

No segundo maior colégio eleitoral do Estado, Campina Grande, Wilson Santiago é tido como inimigo número um. E a rixa procede. Quando deputado estadual, e por aconselhamento do Palácio da Redenção, isto no primeiro Governo Maranhão, foi exatamente Wilson Santiago quem subscreveu o projeto que se transformou na famigerada lei de "Redistribuição do ICMS", aquela que tirou dinheiro dos municípios maiores para levar aos pequenos, sobretudo aqueles recentemente criados por ações politiqueiras de determinadas lideranças estaduais ávidas em criarem novos currais eleitorais.

Era prefeito da cidade Félix Araújo Filho, o primeiro a gritar pedindo revogação do dispositivo cruel. Ao clamor dele associaram-se lideranças comunitárias e sindicais, líderes classistas, clubes de serviço, a Igreja e boa parte da classe política. Nada, entretanto, sensibilizou o deputado e a lei passou a valer penalizando de forma violenta Campina Grande.

Eleito prefeito para suceder Félix, coube também a Cássio Cunha Lima (PSDB) trazer para a sua plataforma de trabalho a luta pela revogação da lei Santiago. Também não logrou êxito. A mesma cantiga foi entoada por Cozete Barbosa e mais recentemente por Veneziano Vital do Rego, este inclusive já tendo levado ao governador José Maranhão a proposta financeira que viabilizaria a devolução dos recursos tomados de Campina Grande. Veneziano quer que o Governo pague a desapropriação do prédio da antiga Casa de Saúde Dr. Brasileiro, onde estão instalados departamentos da Secretaria de Saúde do Município, algo em torno de R$ 8 a R$ 10 milhões, valor que a seu ver compensaria parcialmente as perdas referidas com a lei de Wilson Santiago. Até hoje Maranhão não lhe deu resposta.

Com a lei Santiago somente Campina Grande deve perder por ano em torno de R$ 7 milhões, cifra considerável para um Município pobre encravado no lado mais seco do semi árido nordestino.

CAFÉ SEM CAMPINENSES

Hoje, em restaurante de João Pessoa, o milionário deputado federal paraibano dá a largada oficial da sua anunciada campanha ao Senado da República. Será em um café da manhã para jornalistas do Estado, convidados a dedo.

Não por coincidência, da relação não constam nomes atuantes na mídia serrana, o que compreensivelmente pode ser uma espécie de prevenção de Santiago contra os formadores de opinião campinenses que eventualmente alimentam o noticiário lembrando da sua lei malévola.

Essa discriminação do parlamentar para com os principais jornalistas de Campina Grande imita a ação de Ney Suassuna, defenestrado nas urnas de Campina Grande, cidade onde nasceu, exatamente porque ignorava os conterrâneos da imprensa quando vinha ao Estado e só chamava para os seus generosos banquetes na orla pessoense confrades da Capital.

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Não é em vão que Wilson Santiago, em 2006, quando foi eleito o deputado federal com a maior votação da Paraíba, recebeu em Campina Grande mirrados e insignificantes 345 sufrágios, apenas cerca de cem a mais que o "companheiro" Ari do PSOL, por exemplo. Mas, ele deve achar que uma eleição para senador se ganha sem os votos de Campina Grande. Deixa ele continuar achando...

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