NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA

Por Léo Alves*

Nos Estados Unidos a população lê, em média, 11 livros por ano. Já os franceses leem sete livros por ano, enquanto na Colômbia, a média é de 2,4 livros por ano.

Um levantamento do Instituto Pró-Livro confirma que o brasileiro lê pouco. São 77 milhões de não leitores, dos quais 21 milhões são analfabetos. Já os leitores, que somam 95 milhões, leem, em média, 1,3 livro por ano. Incluídas as obras didáticas e pedagógicas, o número sobe para 4,7 – ainda assim baixo.

Não deveria ser, mas muitos jornalistas estão incluídos nas estatísticas divulgadas pelos instituto. Eu, por exemplo, costumava ler entre quatro e seis livros por ano. Em 2009 só cheguei a dois.

Faça um teste. Pergunte a seus colegas jornalistas (ou estudantes de jornalismo) quantos livros leram ano passado. Só não vale perguntar aquela colega de redação que gosta tanto de mentir que diz já ter lido até os livros que nem foram lançados.

Brincadeiras à parte, a falta de leitura leva a dificuldade na escrita. No caso dos jornalistas o problema se torna ainda mais visível. Afinal o texto é nosso instrumento de trabalho. São ideias confusas e o pior: erros de português simplesmente inadmissíveis para um jornalista.

Não quero aqui dizer que nunca errei. Muito pelo contrário. Já cometi vários erros de português. Basta dar uma olhada nos arquivos do jornal Diário da Borborema (de 2001 a 2005) que certamente encontrará alguns deles. O que quero dizer é que jornalista não pode errar português.

Pra mim jornalista que erra português é como médico que não sabe usar o bisturi. Conhecer a própria língua é básico (e fundamental) para quem vive das palavras.

Incomodado com os erros frequentes que tenho visto na imprensa de um modo geral fiz uma relação de palavras (erradas) escritas por jornalistas. Para não ser injusto só levei em conta as palavras escritas erradas mais de uma vez no texto. Isso para eliminar a hipótese de erro de digitação. Pra mim errou duas vezes é porque não sabe o correto.

Um aviso: não se assuste. Garanto que todas as palavras foram escritas por jornalistas formados (com diploma e tudo). E o pior é que quase sempre são os mesmos profissionais que assassinam o português na imprensa. Confira a lista. Algumas das palavras terei que escrever certo entre parênteses para não correr o risco de você não compreender.

Inchada (Enxada), Gol laço (golaço), Economisar, Puchada, Anciedade, Ancioso, Campião, Sinto (Cinto de Segurança), A ponta (aponta), Estrassalhada, Vejetação, Semitério, Paralização, Ascenção (ascensão profissional), Arquiólogo, Arquiologia, Desfarçassem, Celetivo, Manutensão, Despensam, Rapousa, Enfantaria, Asteamento, Disperdiça, Vaqueijada, Cirene, Cemente, Restão, Seram (serão).

É preciso escrever mais alguma coisa?

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Leonardo Alves, gente boa demais, é jornalista, professor e sósia de Durval Lélys, do Asa de Águia (rsrsrsrsrs). Texto publicado originalmente no excelente blog Os Filhos da Pauta.

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