JORNALISMO À MODA PARAIBANA: O PROFISSIONAL PUXA-SACO


O nível da comunicação na Paraíba vem caindo vertiginosamente, ainda mais nos últimos meses. Babões, incompetentes e puxa-sacos de toda a sorte sempre tiveram espaço na mídia, principalmente no rádio, onde o espaço é mais amplo e democrático que na TV, mas nada que se aproxime do momento atual.

A cassação do diploma dos jornalistas, a popularização da internet, o crescente arrendamento de horários no rádio e agora as televisões de aluguel vêm empurrando para a mídia uma caterva de gente cuja única qualidade saltante é ser especialista em babação, sem se importar em descer ao mais vil degrau da escada que leva à degradação da plena subserviência. São os novos "jornalistas", pouco importando se sabem escrever uma notícia de dez linhas ou não, falar de forma inteligível ou não, usar um microfone dentro dos limites da comunicação ou não. Importa, realmente, se são capazes de rebaixarem-se sem restrições e a pequeno preço.

Não condeno e nem critico os colegas jornalistas que exercem funções ligadas a políticos e governos. Até porque, na realidade das empresas de comunicação, seria impossível manter-se completamente distantes deste mundo. Mas há que se ter dignidade pessoal e profissional. É deplorável que alguém se torne o cachorrinho do político A, o baba-ovo do vereador B, o capacho do governador Fulano. Para chegar a isso, é melhor abrir uma banca de verduras e manter a dignidade.

O problema é que tem muita gente que, mais que o próprio dinheiro, almeja sentir-se "importante", estando perto de "gente importante", sendo conhecido "pelo nome" no meio dos "importantes". Gente assim aceita ser como o cachorrinho dos "poderosos", que estalam os dedos e chamam pelo seu totó. É, vira vira-lata de madame, mas importa que, perto dos importantes, passa a sentir-se importante também. E, quem sabe, pensa esse tipo que não é vira-lata. Talvez uma poodle.

Pois bem. É por isso que a gente acaba obrigado a ver cenas deploráveis da mais sórdida puxação de saco possível Paraíba afora.

O que nos resta, a fim de mantermos nossa própria dignidade pessoal, é buscar o distanciamento de tais tipos e daquilo que fazem. É pouco, mas, pessoalmente, colaboro comigo mesmo, não ouvindo ou assistindo a certos programas, e nem acessando certos tipos de "portais de notícias", como aquele novo de que falei em outra postagem. Chegar perto desse tipo de coisa já nos deixa fedendo.

0 Comentários