São coisas da política. Causos, factóides, disse-me-disses lançados ao vento, títulos pejorativos. Cássio Cunha Lima é o traidor; Ricardo Coutinho, o ateu; José Maranhão, o biônico. Sempre foi assim, ainda mais nestas terras paraibanas. Em 1947, os correligionários de Veneziano Vital do Rêgo, pai do tribuno Vital do Rêgo e avô do atual prefeito de Campina Grande, resolveram classificar Elpídio de Almeida, adversário do Major Veneziano na campanha pela prefeitura campinense, como o "forasteiro", tentando atiçar o bairrismo do eleitorado da Cidade. Não funcionou, Elpídio assumiu-se forasteiro adotado por Campina, a quem declarou amar e devotar seu trabalho, inverteu o efeito e venceu a eleição.
Os "títulos" dados a Cássio, Ricardo e Maranhão pouco devem influenciar, também, nas eleições de outubro. O marketing de cada um tratará de vincular suas imagens a adjetivos bem mais elogiosos: Cássio será o grande líder injustiçado, como um mocinho de cinema, Ricardo figurará como o legítimo representante do novo e Maranhão fica como o Zé mestre de obras.
Entre o vai e vem de adjetivos lustrosos e pejorativos, o senador Cícero Lucena tem sido tratado pelos adversários como a vítima, o coitado, o Jesus traído por Judas – sem beijo. São mesmo coisas da política. Cícero virou assunto frequente daqueles que, ao menos em tese, são seus adversários, agora agindo como seus advogados, exaltando suas qualidades, a beleza de seu sorriso. Tudo canto de sereia, tática de jogar lenha na fogueira tucana, estratégia de dividir para conquistar.
Mas, no novo tratamento dispensado pelos adversários a Cícero, este é, na verdade, o coadjuvante. Apenas tratam-no como o traído para atingir ao ex-governador Cássio, classificado como o traidor, na expectativa de, com isso, minar uma provável aliança deste com Ricardo Coutinho e, se tal for inevitável, ao menos ganhar o apoio do senador tucano. É política. Não há bons meninos defendendo inocentes injustiçados, mas apenas estratégias políticas de momento. Aliás, tampouco há inocentes para serem defendidos.
A política, em geral, é feita por um pragmatismo matemático, frio, cruel e impessoal. Isso vale para Cássio, para Ricardo, para José, para Cícero, para Veneziano... para o ex-vereador Negão do Café. Vale quem, no momento, tem voto, agrega forças, atende aos objetivos da hora. Cássio não quer apoiar Cícero, porque vê apenas em Ricardo sua possibilidade de derrotar Maranhão. Maranhão, por sua vez, caso Veneziano aceitasse ser candidato a vice, não hesitaria em defenestrar da função o petista Luciano Cartaxo. E, por fim, Coutinho vai escolher seu vice a partir do resultado que aponte quem lhe potencializa mais votos. É isso. Noves fora, zero!
No fim, tudo são números, cálculos e operações matemáticas. Não há pobrezinhos cumprindo mandatos eletivos. Não deveria ser assim, mas nossa cruenta política é uma selva voraz, "onde os fracos não têm vez". É um mundo onde o chão é movediço, naturalmente pantanoso. Vai continuar sendo assim, cabendo a quem está do lado de cá, o eleitor, também deixar de fazer papel de coitado ou inocente.
Os "títulos" dados a Cássio, Ricardo e Maranhão pouco devem influenciar, também, nas eleições de outubro. O marketing de cada um tratará de vincular suas imagens a adjetivos bem mais elogiosos: Cássio será o grande líder injustiçado, como um mocinho de cinema, Ricardo figurará como o legítimo representante do novo e Maranhão fica como o Zé mestre de obras.
Entre o vai e vem de adjetivos lustrosos e pejorativos, o senador Cícero Lucena tem sido tratado pelos adversários como a vítima, o coitado, o Jesus traído por Judas – sem beijo. São mesmo coisas da política. Cícero virou assunto frequente daqueles que, ao menos em tese, são seus adversários, agora agindo como seus advogados, exaltando suas qualidades, a beleza de seu sorriso. Tudo canto de sereia, tática de jogar lenha na fogueira tucana, estratégia de dividir para conquistar.
Mas, no novo tratamento dispensado pelos adversários a Cícero, este é, na verdade, o coadjuvante. Apenas tratam-no como o traído para atingir ao ex-governador Cássio, classificado como o traidor, na expectativa de, com isso, minar uma provável aliança deste com Ricardo Coutinho e, se tal for inevitável, ao menos ganhar o apoio do senador tucano. É política. Não há bons meninos defendendo inocentes injustiçados, mas apenas estratégias políticas de momento. Aliás, tampouco há inocentes para serem defendidos.
A política, em geral, é feita por um pragmatismo matemático, frio, cruel e impessoal. Isso vale para Cássio, para Ricardo, para José, para Cícero, para Veneziano... para o ex-vereador Negão do Café. Vale quem, no momento, tem voto, agrega forças, atende aos objetivos da hora. Cássio não quer apoiar Cícero, porque vê apenas em Ricardo sua possibilidade de derrotar Maranhão. Maranhão, por sua vez, caso Veneziano aceitasse ser candidato a vice, não hesitaria em defenestrar da função o petista Luciano Cartaxo. E, por fim, Coutinho vai escolher seu vice a partir do resultado que aponte quem lhe potencializa mais votos. É isso. Noves fora, zero!
No fim, tudo são números, cálculos e operações matemáticas. Não há pobrezinhos cumprindo mandatos eletivos. Não deveria ser assim, mas nossa cruenta política é uma selva voraz, "onde os fracos não têm vez". É um mundo onde o chão é movediço, naturalmente pantanoso. Vai continuar sendo assim, cabendo a quem está do lado de cá, o eleitor, também deixar de fazer papel de coitado ou inocente.
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