ARTIGO: A ORAÇÃO DE EFRAIM

Não sei se o senador democrata Efraim Morais é um homem religioso, mas, se o for, sua pauta de orações nos últimos meses deve ter contado com um pedido que está prestes a se realizar: Veneziano Vital do Rêgo, peemedebista, prefeito de Campina Grande, não deverá mesmo ser candidato ao Senado da República, cedendo a vez a seu irmão, o deputado federal Vitalzinho. Com isso, é evidente que as chances de reeleição de Efraim se fortalecem, e pode o homem de Santa Luzia mais uma vez reverter um cenário inicialmente adverso.

Foi assim em 2002, quando seu então companheiro de PFL, o ex-governador Wilson Braga, era favorito à segunda vaga do Senado (a primeira era de José Maranhão) e, no fim, Morais levou a melhor por uma diferença de míseros 2.081 votos, resultado que fez Braga esbravejar contra o grupo político de Cássio Cunha Lima inúmeras acusações de traição. Agora, estaria o destino mais uma vez preparando um presente para Efraim Morais, concedendo-lhe adicionais oito anos de estada em Brasília? Pode ser que sim, muito embora que, até lá, o senador terá que rezar muito, afinal, adversários não lhe faltarão.

Base de Zé

A aparente calmaria no relacionamento entre os aliados de José Maranhão está chegando ao fim, já se vislumbrando nuvens e trovoadas em torno da ocupação de vagas na chapa majoritária do governador. O PT nem tem certeza de que terá o espaço de vice, e tem petista querendo indicar candidato ao Senado.

O deputado federal Wilson Santiago crê na possibilidade da tal chapa puro sangue e garante ter apoio do PMDB para a disputa de senador. Welington Roberto (PR), se vier mesmo a desembarcar na base maranhista, quer para si a mesma vaga. Sabendo disso, Vitalzinho já bradou que uma candidatura ao Senado é do PMDB de Campina Grande, muito provavelmente dele mesmo. E olha que o PSC tem estado quieto...

Votos dos vetos

Os vereadores de Campina Grande, atendendo convocação para sessão extraordinária, voltam nesta terça à Casa de Félix Araújo para apreciarem os mais de oitenta vetos do prefeito Veneziano Vital do Rêgo às emendas dos parlamentares. Será mais um capítulo da batalha entre o Legislativo e o Executivo campinense, devendo a maioria dos vetos serem derrubados pela oposição, que conta com nove vereadores, contra sete da bancada situacionista.

Depois disso, Veneziano deverá acionar a Justiça para manter os vetos, e vem por aí polêmica atrás de polêmica. Fico imaginando que, se estivessem no plenário, nesta terça, o ex-vereador Marcos Marinho, aliado do prefeito, e o suplente João Dantas, opositor voraz, a tribuna iria ferver. Esses dois já travaram debates épicos na Câmara de Campina Grande.

Quantos são?

O governador José Maranhão contabiliza ter cerca de 130 prefeitos em sua base. O deputado federal Wellington Roberto diz ter setenta. Já seriam duzentos. Isso quer dizer que, para os partidos que não são do grupo de Wellington nem de Maranhão, sobrariam apenas 23 municípios.

0 Comentários