SEMANAL


.
LIMITES

O Jornalismo tem suas vinculações, isso é fato, e a tendência política é bastante forte na imprensa paraibana. Fortíssima. Apesar disso, e de precisar limitar e enquadrar sua expressão opinativa à linha do veículo em que trabalha (em algumas empresas mais, outras menos), o jornalista tem que estabelecer um limite para isso, até para manutenção da dignidade pessoal e profissional. Não dá para se prostituir intelectualmente, fazer papel do ridículo.

É POSSÍVEL

Mesmo com esse cenário de vinculação política, e da necessária limitação de opiniões à "linha editorial" (entenda-se, linha política), temos, sim, profissionais que conseguem manter uma postura ética. Até porque vemos, lemos e ouvimos coisas que nos fazem perceber que é melhor largar o jornalismo e fazer qualquer outra coisa que se rebaixar a tanto.

SEM LIMITES

No momento atual, ante o vai e vem que marca a definição para o cenário eleitoral do ano que vem, impressiona-me o quanto o portal Click PB tem levado seus profissionais além dos limites aceitáveis, fazendo-os começar a beirar o ridículo, principalmente quando publicam notícias sobre supostos apoios à candidatura do Senador, de pessoas que, se sabe com todas as letras, querem que ele desista.

APROXIMAÇÃO

Está ficando cada vez mais evidente a aproximação do governador José Maranhão (PMDB) e Cícero Lucena, senador, pré-candidato a governador e presidente do principal partido de oposição ao Governo, o PSDB. Zé até chamou o "adversário" de grande líder. Acabarão voltando a ser aliados.

DIREITOS

Eu sei que todos têm direito à defesa, mesmo os monstros, caso de Carlos José Lima Filho, o Monstro do Rangel - o miserável que, a golpes de facão, matou toda uma família, numa carnificina que sequer poupou uma mulher grávida ou crianças de dois, quatro e dez anos - e de sua mulher, Edileuza Oliveira dos Santos, co-autora da chacina.

MAS...

Quem se propõe a defender um caso como estes, precisa ter coerência e limites, para não cair no que ouvi afirmar o advogado de Carlos José, Argemiro Queiroz, seguindo por uma linha de defesa que busca desqualificar o testemunho do menino Priciano, que só escapou da carnificina porque se escondeu debaixo da cama.

TEXTUALMENTE

Em entrevista à televisão, o advogado, com um leve sorriso no rosto, declarou: "A acusação de uma criança de onze anos precisa ser provada, porque não se pode colocar alguém na cadeia por colocar na cadeia".

DEPLORÁVEL

Embora, provavelmente, a linha mais viável para a defesa do Monstro do Rangel, esse caminho é o mais óbvio, evidente a qualquer rábula, e também o mais equivocado: aponta o dedo para quem foi vítima, o que é pior ante o cenário e as personagens do caso. O advogado quer absolver o assassino condenando uma criança, talvez a maior vítima desse assombroso episódio, porque, caso não receba o devido cuidado familiar e psicológico, sua própria sobrevivência, escondendo-se debaixo da cama, poderá trazer-lhe o sentimento de uma culpa insuportável, embora nada pudesse ter feito.

PENSE NUM COMENTÁRIO

O repórter da TV Cabo Branco, Bruno Sakaue, na matéria sobre a oitiva de Carlos José e Edileuza, analizou que o assassino, em certos momentos, "pareceu emocionado".

PENSE NUM COMENTÁRIO II

Sobre a participação de Edileuza na chacina, se matou alguém, quem foi, ou se "apenas" ajudou o marido, o repórter Bruno Sakaue saiu-se com essa: "Por enquanto, acusação e defesa têm versões diferentes". É mesmo? Inacreditável! Defesa e acusação apresentando versões diferentes é mesmo algo muito incomum.

PENSE NUM COMENTÁRIO III

Sobre o Bruno Sakaue, nada contra o rapaz, um bom repórter, que seja muito bem-vindo a estas paragens. Agora, por que será que o Sistema Paraíba não contrata mais repórteres do sexo masculino paraibanos, hein?

0 Comentários