QUEM É O MAIOR INIMIGO DO PT?

O atual Processo de Eleições Diretas do Partido dos Trabalhadores evidencia um fato histórico que, neste momento, em algumas cidades e estados do País, apresenta-se ainda mais agudo: O PT é um partido profundamente partido. Já não se trata mais das diversas alas da legenda, compostas desde radicais de esquerda, agarrados às barbas brancas e encardidas de Marx, até linhas de centro, apregoando maior ponderação e equilíbrio (Lula percorreu algumas de tais alas, de sua vida sindical a candidato viável repaginado). Nem mesmo essa divisão agora é semelhante àquela em que setores de partidos divergem sobre caminhos a seguir.

O que está ocorrendo no PT é uma guerra, em cujo campo de batalha combatem interesses pessoais, anseios de poder, almas à venda por preço de banana, espertezas por todos os lados e, em número infimamente minoritário, alguma ideologia agonizante. Como em toda a guerra, o saldo de mortos e feridos é elevado, mas, em tal caso, quem sai ferido de morte é o próprio PT. Enquanto isso, de seu trono no Palácio do Planalto, o presidente petista Lula rói as unhas dos nove dedos na preocupação de garantir a vitória da "companheira" Dilma, lixando-se para um necessário fortalecimento da legenda, pouco empenhando-se para a construção de uma visão mais convergente entre seus partidários, o que poderia conseguir com seu prestígio, caso buscasse ser mais presente nas bases do partido que trabalhou para construir e do qual é o maior ícone - o primeiro sem segundo. Sem rédeas, o PT é o maior adversário do PT.

ELEIÇÃO DE CAMPINA

Leio hoje em A Palavra matéria dando conta que Perón Japiassú, segundo colocado no primeiro turno do PED em Campina, teria recebido uma proposta para retirar sua candidatura, em troca de um cheque gordo que poderia chegar aos R$ 200 mil. Não aceitou. Porém, conforme a matéria, outro candidato, Marcone Tenório, teria aceito um valor bem menor, R$ 5 mil, abandonando a disputa na sexta-feira.

Se isso ocorreu mesmo, é difícil comprovar. De qualquer forma, ficou feio para Tenório sua adesão, de última hora, a Alexandre Almeida, alvo de suas críticas mais vorazes. Vi e ouvi de perto, nos estúdios da Rádio Cariri, Marcone Tenório esbravejar contra Almeida, atestando-o como candidato do PMDB à presidência do PT, e acusando os demais concorrentes de estarem sendo muito comedidos nos ataques à candidatura do secretário de planejamento do Município. Somente na sexta, às vésperas da eleição, teria reavaliado sua postura, preferindo seguir a linha do seu grupo dentro da legenda, conforme tentou justificar. Temos, no mínimo, um excelente exemplo de contradição.

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