IBOPE E GRUPO PARAÍBA: A EXPLICAÇÃO QUE NÃO EXPLICA E AINDA COMPLICA

Todo esse espaço vermelho no mapa feito pelo Ibope resultou em apenas setenta entrevistados

Em artigo publicado aqui no blog, na última terça-feira, intitulado "Método Questionável: Região de Campina Grande foi a que teve menos entrevistados na pesquisa Ibope", chamamos a atenção para um aspecto que compromete amplamente os resultados da pesquisa alardeada amplamente pelo Sistema Paraíba: A região da Borborema, onde encontra-se Campina Grande, segundo maior colégio eleitoral do Estado, foi aquela em que menos eleitores foram entrevistados, apenas 70 pessoas, Número bastante inferior aos 196 entrevistados no sertão, os 140 na zona da mata, os 154 de João Pessoa e os 252 do agreste! O pior de tudo é que não houve qualquer explicação, quer do Ibope, quer de algum veículo do grupo sobre o porquê desse método, numa omissão inaceitável para os mais básicos princípios jornalísticos. 

Já fora do texto da reportagem, na coluna de Marcos Alfredo, atual editor de política do impresso, constava a repetição de uma mera e insuficiente observação do próprio Ibope: "O resultado da região de Borborema deve ser analisado com extrema cautela, uma vez que o número de entrevistas está abaixo do mínimo exigido para que haja uma consistência estatisticamente aceitável. O resultado desta região, portanto, indica apenas uma direção das opiniões, mas não proporciona percentual que possa ser considerado tão exato quanto os das demais".

A tal ressalva, no entanto, deveria estar destacada na matéria sobre a pesquisa, e devidamente acompanhada de explicações claras sobre os porquês. O pior do pior Ainda repercutindo os números, o Paraíba1 publicou, hoje, 148 páginas em PDF de detalhes sobre a pesquisa, o que piorou ainda mais a credibilidade jornalística das informações alardeadas pelas empresas do grupo Paraíba, já que, no material do Ibope, encontrei a observação constante da coluna de Marcos Alfredo cerca de 38 vezes!  

Ou seja, por nada menos que 38 vezes o Ibope ressaltou, embora sem apresentar explicações, que "o resultado da região de Borborema deve ser analisado com extrema cautela, uma vez que o número de entrevistas está abaixo do mínimo exigido para que haja uma consistência estatisticamente aceitável (...)", e, mesmo assim, não foi dado destaque a essa informação numa matéria que se pretende jornalística, onde a proporcionalidade política do segundo maior colégio eleitoral do Estado foi relegada a um plano inferior.

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