IMAGEM E HISTÓRIA: VENEZIANO VITAL DO RÊGO - O AVÔ E O NETO


(Para ver a montagem em tamanho maior, clique sobre ela)

À esquerda, Veneziano Vital do Rêgo, o “Major Veneziano”, em santinho da eleição para prefeito de Campina Grande em 1947, que acabou perdendo para Elpídio de Almeida – 8.742 votos 6.456. O Major Veneziano, aliás, teve maior sucesso político em Pernambuco, onde foi deputado estadual, por duas legislaturas, inclusive presidindo aquela Assembléia, de 1950 a 1958. Desistiu de tentar o terceiro mandato para acompanhar o filho, Vital do Rêgo, que se elegeu deputado estadual paraibano, naquele ano de 1958. O major morreria em 1969, aos 62 anos.

À direita, o neto Veneziano Vital do Rêgo (de nome completo Veneziano Vital do Rêgo Segundo Neto), em santinho da campanha à Prefeitura campinense em 2004. Conhecido popularmente como o “Cabeludo” ou, simplesmente, “Vené”, foi eleito ao vencer Rômulo Gouveia por uma diferença de apenas 791 votos, 101.900 contra 101.109.

Foi o primeiro da família Vital do Rêgo a conseguir ganhar uma eleição para prefeito em Campina. Antes dele, além do avô, Major Veneziano, o pai, jurista Vital do Rêgo, já havia tentado duas vezes e, em ambas, perdeu para Ronaldo Cunha Lima: em 1968, 13.429 votos contra 8.415, e em 1982, 40.679 a 28.625.

Já o irmão, Vitalzinho, disputara uma vez como candidato a vice de Enivaldo Ribeiro (1996) e outra como candidato a prefeito (2000), eleições vencidas por Cássio Cunha Lima.

Além destes nomes, porém, é preciso lembrar que a árvore genealógica do prefeito campinense, pelo sangue da avó paterna (dona Vicentina Figueiredo), contém figuras de peso da política paraibana, como Argemiro Figueiredo, que foi senador e governador, mas também derrotado em eleição para prefeito, em 1951, quando perdeu para Plínio Lemos (13.989 votos, contra 11.127). Bento Figueiredo, irmão de Argemiro, até foi prefeito de Campina Grande, durante alguns meses de 1935 e, depois, de 1938 a 1940, mas na condição de interventor, e não por via eleitoral.

Veneziano, pela veia materna, ainda é neto do ex-governador da Paraíba, Pedro Moreno Gondim, que governou a Paraíba de 1958 a 1966 e morreu em julho de 2005.



(À esquerda, Pedro Gondim; à direita, Argemiro de Figueiredo)
Aos 22 anos, em sua primeira disputa eleitoral em Campina Grande, no ano 1992, concorrendo a uma vaga na Câmara de Vereadores pelo PST, Veneziano ficou entre os cacarecos, com apenas 301 votos. Quatro anos depois, no PDT, foi eleito com 2.128 sufrágios. Na eleição municipal seguinte, em 2000, pelo mesmo PDT, elegeu-se com o apoio de 3.485 campinenses.

Dois anos depois, em decisão conjunta com o irmão – e maior companheiro – Vitalzinho, resolveu-se que este disputaria a Assembléia Legislativa do Estado, enquanto Veneziano concorreria à Câmara Federal. A decisão provocou uma crise familiar, porque o pai dos dois, o ex-deputado Antônio Vital do Rêgo, também saiu candidato a deputado federal. O rompimento fez com que o jurista, na eleição de 2004, apoiasse de palanque o adversário do filho. Mas, eleito prefeito, Veneziano restabeleceu a paz familiar, nomeando o pai para função municipal, e ambos estiveram juntos na campanha de 2008.

Com referência ao pleito de 2002, embora não eleito para a Câmara Federal, Veneziano foi o 17° mais votado no Estado, com 44.732 sufrágios (o pai, Vital do Rêgo, teve apenas 8.376 votos). Do total obtido, 23.022 foram recebidos em Campina Grande, o que fez de Veneziano o segundo mais votado na Cidade, atrás apenas de Ronaldo Cunha Lima – vencedor disparado, com quase 41 mil votos. Outro detalhe interessante é que o jovem vereador campinense foi votado nos 223 municípios da Paraíba. Mesmo com votações pequenas, como em Vista Serrana, onde recebeu 01 voto, São José do Brejo Cruz (03 votos), Santa Teresinha (04 votos) e Poço Dantas (05 votos), a lembrança do nome do campinense era uma demonstração do crescimento de sua personalidade por todo o Estado.
A estratégia de Vitalzinho, que foi eleito deputado estadual, deu certo: fizera do irmão um nome forte para a disputa da prefeitura de Campina Grande, em 2004. (Enquanto cobria, pelo Jornal da Paraíba, o voto de Veneziano na eleição do ano passado, na Faculdade de Comunicação da UEPB, ouvi de Vitalzinho, em uma conversa informal que o hoje deputado federal - o mais votado em 2004 - nem deve lembrar, a seguinte frase: “Eu me realizo com o sucesso dele”.)
Já no PMDB, Veneziano ganharia a eleição de 2004. Em 2008, voltou a superar Rômulo Gouveia na disputa pela Prefeitura: 116.222 votos contra 109.343 (resultado do segundo turno). Tão logo às urnas apontaram a reeleição, a pergunta que passou a se repetir foi: Chegou a vez de concorrer ao Governo do Estado? A probabilidade de que tal aconteça pareceu diminuir com a volta de José Maranhão ao cargo, mas, até o ano que vem, essa história poderá ganhar novos capítulos.

2 Comentários

QV4 disse…
muy buen blog!!!! saludos desde argentina
Marcos Marinho disse…
Caro Lenildo:

Acatando tua sugestão, acabo de visitar o blog e de pronto te parabenizo pela excelência dos textos, com enfoques históricos importantes inclusive. Estou às ordens. MARCOS MARINHO (a palavra)