POR QUE O VESTIBULAR É TÃO CARO?


As duas universidades públicas da Cidade, a Universidade Estadual da Paraíba e a Universidade Federal de Campina Grande, realizam, nesses meses de julho e agosto, inscrições para seus vestibulares, que acontecerão no fim do ano.

Algo que sempre me chama a atenção nessas circunstâncias são os valores das taxas dos certames, que não são nada pequenos. E, mais que isso, me impressiona a dificuldade de isenção para quem não pode pagar, destacadamente para quem concluiu os estudos há mais de dois anos.
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Por conta disso, muita gente acaba deixando de prestar o vestibular – sim, eu conheço gente que não pode pagar, por exemplo, R$ 95 (R$ 90 de inscrição e mais R$ 5 de manual) da UEPB. Eu mesmo, quando prestei vestibular, pelos idos de 2003, quase não o fiz, porque à época trabalhava como auxiliar de serviços gerais no comércio de Campina, ganhando R$ 265, e as inscrições totalizavam então uma despesa de R$ 90. Como havia terminado em escola particular (bolsista) e há mais de dois anos, não tive direito à isenção, e custear as tarifas do vestibular foi um peso.
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Claro que essa mesma história comprova que gastar com educação é, na verdade, um investimento. Mas, ao mesmo tempo, deve ser um questionamento sobre o livre acesso à educação superior no País. Já não pagamos impostos tão pesados? Não são essas instituições públicas? Impor barreiras econômicas não acaba, invariavelmente, cerceando o acesso de quem menos pode?

Para cada mil vestibulandos que pagam os R$ 95 da UEPB, por exemplo, temos uma entrada de R$ 95 mil para os cofres da instituição, que explica que os recursos ajudam a custear o processo. Quanto custa, então, um vestibular? O Estado não pode arcar com essas despesas? E os já citados massacrantes impostos?

Perguntas cujas respostas apontam para a realidade da redução de horizontes aos nossos jovens, num País onde pagamos por tudo não apenas uma, mas duas, três vezes.
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