Da parte de quem?

(Seriam dois textos, mas vai tudo aí de uma dose só. Quem quiser, leia de duas vezes.. rsrsrs..)
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A GRANDE AUTORIDADE DE UM ANÔNIMO


Quem leu a postagem anterior desse (humilde?) blog, deve ter acompanhado a lição de moral que um ilustre anônimo deu no autor, a lembrar que nunca deve-se dizer que “desta água não beberei”. Em seguida, indignado com os comentários da colega jornalista Taty Valéria, sapecou um discurso de “esclarecimentos versus hipocrisia”, fazendo referência a suposta arrogância, que resolvi deletar, como bom arrogante que sou.

Por um minuto, pensei em explicar um monte de coisas sobre a história de eu ter dito que não trabalharia nas empresas de comunicação da Paraíba, mostrando que não era, ali, uma afirmação, mas sim uma ironia e usar, como exemplo, o texto “Esses crápulas jornalistas” (recomendo a quem não leu, especialmente os anônimos), onde falo que, quando formado, iria, se necessário, pedir emprego na porta das empresas para as quais teria me tornado persona non grata, pelas atividades no blog Jornalismo Paraibano... e seguia por aí.

Mas, pensei, estarei eu dando bom dia a papagaio???

Que satisfações é preciso dar a uma pessoa com a autoridade moral e ética de um anônimo, que entra no blog dos outros vomitando uma mistura de elogios e o veneno dos covardes, revestida de uma criticidade democrática e cheia de poder? Como alguém pode ser tão cretino a ponto de se passar por um papel desses, de condenar a hipocrisia, escondido sob o escudo dos covardes, o anonimato, contra quem, desde o 3° ano da faculdade já arrumou encrenca com boa parte dos “grandes” nomes e “grandes” magnatas da comunicação, sem jamais deixar de assinar seu nome, sem nunca usar de expedientes calhordas como o anonimato?!

Adiantaria ou haveria necessidade de dizer que eu nem fui pedir emprego na porta de empresa nenhuma, como havia previsto, ou que eu não me empreguei lá, apenas estou fazendo um trabalho temporário de free-lancer? E tinha motivos pra explicar que, ao contrário desses tipinhos que infestam o Jornalismo, dentro da redação eu não passei a achar lindo o que antes achava horrível, pois todo mundo lá sabe minhas opiniões? Aliás, todo mundo sabe que esse Lenildo Ferreira é o mesmo Lenildo Ferreira que subscrevia o Jornalismo Paraibano.


Mas, para que diria isso a um anônimo? Qual a autoridade de um anônimo?
O que é um anônimo?


Um anônimo é um sujeito nefasto, porque simplesmente não tem a capacidade de assumir o que diz ou o que faz. Ou seja, ele não se responsabiliza por suas palavras, por suas opiniões, por suas críticas, mas, mesmo assim, encorajado pela sombra em que se esconde, aproveitando-se de não precisar medir suas palavras, já que delas não dará conta, julga-se digno de julgar, avalia-se como a medida exata da verdade. Tudo isso, repitamos, sem assumir quaisquer responsabilidades. E, mesmo assim, fala em hipocrisia e arrogância.

Se não se responsabiliza pelo que fala, tampouco o fará por suas ações e, quem opina no anonimato, age no anonimato, porque este é seu caráter. Assim, ele é aquele cara que passa rasteira nos colegas de trabalho, e ainda vai consolá-los depois; é do tipo que dá tapinhas nas costas e, no anonimato, na ausência, fofoca; é quem faz teste do sofá ou, se nem pra isso presta, adula o dono da empresa de comunicação, adula o filho dele, adula alguém que está lá dentro e pode abrir uma portinha; é o sujeitinho que aceita trabalhar abaixo do piso salarial, mesmo sabendo que isso ferra a categoria, afinal, ele não pertence a uma categoria, até porque anônimos não têm sindicatos...

Condena quem, em seu anônimo entender, por ventura, errou em algum ato ou afirmação, enquanto ele mesmo se faz anônimo porque tem medo de errar, ainda mais errar publicamente. Ou seja, o anônimo tem um dos piores defeitos: não reconhece seus erros, porque, para todos os fins, sua opinião pode ser oscilante como as ondas do mar, afinal, suas palavras e atos não são subscritas – logo, são ilegítimas.

O anônimo, assim, passa pela vida sem deixar rastros. Vive anonimamente, sem ser, sem querer, sem pensar, sem realizar. Não há anúncios de morte de um anônimo, até porque, definitivamente, eles não fazem falta nenhuma. Mas o grande problema do anônimo é que ele, embora insignificante, não é passivo, muito pelo contrário. Ele é perigoso. Ele se faz anônimo com más intenções, para atacar, denegrir, acusar, semear a discórdia.

Ademais, um anônimo sequer é uma pessoa, ele é uma deformidade de caráter. É um hipócrita nato, porque faz às escondidas o que jamais teria a dignidade de fazer às claras. O pior é que a gente sempre tem uma boa idéia de quem sejam esses anônimos, porque eles são insignificantes mesmo quando não estão no anonimato, porque são isentos, acríticos (publicamente), levianos, volúveis e se vendem baratinho.

Tantas são as qualidades de um ser anônimo.
O que sobra para ser respondido?

3 Comentários

Tudo isso por causa do JP!?!
Um adversário que mostra sua cara abertamente é uma pessoa honrada, moderada, com a qual é possível se entender, chegar a um acordo, a uma reconciliação; em compensação, um adversário escondido é um patife covarde e infame, que não tem a coragem de assumir seus julgamentos, portanto alguém que não defende sua opinião, mas se interessa apenas pelo prazer secreto que sente em descarregar sua ira sem ser reconhecido nem sofrer retaliações (Riemer, citado por A.Schopenhauer em A arte de escrever. L&PM Pocket, 2005. p.74).
Taty Valéria disse…
Antes de mais nada, obrigado por citar meu nome. Isso muito me envaidece...
Se as pessoas realmente compreendessem o quanto é benéfico um bom debate, os anônimos simplesmente iriam desaparecer.
Eu acho que dos amigos que NIlde tem (e tenho certeza que são muitos), eu sou a que mais discorda das opiniões dele, e ele das minhas. Mas eu posso garantir ao caro anônimo, que cada vez que trocamos nossas idéias abertamente, cada um sai acrescido de algo útil.

Como eu disse, deve ser muito triste ver os antigos companheiros se dando bem profissionalmente, enquanto alguns continuam com o mesmo falatório pseudo-marxista.

Nildo, seu talento é nato, reconhecido e aplaudido. É por isso que sabemos o seu nome.